Banco de Portugal. Carlos Costa pede para ser ouvido

Carlos Costa, governador do Banco de Portugal, fez saber através de carta que está disponível para ser ouvido no parlamento.

A ideia é poder defender-se do que diz serem “acusações distorcidas”. Para Carlos Costa torna-se imperativo defender ainda o Banco de Portugal de forma a “promover a confiança” na instituição. De acordo com o "Expresso", a intenção foi transmitida numa carta enviada a Teresa Leal Coelho, presidente da Comissão Parlamentar de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa.

A verdade é que o governador tem estado no olho do furacão, depois de uma reportagem da SIC mostrar que pode ter omitido informação no que respeita ao caso BES.

De acordo com uma investigação, há documentos que provam que o BdP conhecia pormenores do que se passava na esfera Espírito Santo. Entre os documentos divulgados, há um que mostra que, nove meses antes da derrocada, os técnicos do BdP defenderam a saída de Ricardo Salgado.

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Mais: um dos documentos mostra ainda que chegou a ser posta em causa a continuidade dos administradores do Banco Espírito Santo. De acordo com a SIC, é assumida, de forma clara, a possibilidade de Ricardo Salgado ser afastado de forma imediata. Ainda assim, na mesma nota informativa, assinada por técnicos do BdP, é reconhecido que o regulador estava a deixar passar o tempo sem que as devidas medidas fossem tomadas.

A continuidade do governador acabou por ser posta em causa por muitos, apesar de António Costa garantir que o governador tem “um estatuto próprio de inamovibilidade e sujeito à fiscalização própria do sistema de supervisão europeu”.