De acordo com os dados revelados pelo instituto helénico de estatísticas, a queda de 1,2% nos últimos três meses de 2016 aponta que esta quebra foi três vezes mais acentuada do que a primeira estimativa (-0,4%).
O Elstat revelou ainda que por comparação com o último trimestre de 2015, o PIB desceu 1,1%. Os números do último trimestre de 2016 são os piores desde a segunda metade de 2015, altura em que a Grécia assinou o terceiro resgate financeiro.
Os dados surgem numa altura crucial de conversações entre a Grécia e os seus credores. Atenas aguarda o resultado da segunda avaliação do programa do programa de assistência – que terminará em agosto de 2018 – para receber uma nova tranche do empréstimo de 86 mil milhões de euros.
A UE e o FMI querem perceber se o excedente primário de 2% em 2016 – acima da meta de 0,5% e o dobro dos 1% de 2015 – foi ou não estrutural e se poderá ser repetido no futuro, uma condição essencial para que o país se volte a financiar e pague as suas dívidas.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) considera que estas metas, exigidas pelos parceiros da zona euro à Grécia são demasiado ambiciosas. Mas se os países da moeda única quiserem manter o plano, o Fundo quer os aumentos de impostos e os cortes nas pensões implementados antes de voltar a emprestar a Atenas.
Já o primeiro-ministro grego diz que os credores não têm alternativa a um acordo com o governo helénico. "Um regresso à incerteza não é a escolha mais inteligente, sobretudo quando a Europa está a fazer face a importantes desafios", disse Alexis Tsipras ao semanário “Documento”.
Tsipras disse ainda que caso o seu governo caia, o programa de resgate financeiro à Grécia – o terceiro desde 2010 – falha. Também o governador do banco central grego diz que o impasse da segunda avaliação pode colocar em causa a economia. Yannis Stournaras considera que um crescimento de 2,5% em 2017 é alcançável.