Um novo estudo revelou que um quinto dos jovens já se magoou intencionalmente e que as raparigas têm uma maior propensão para o fazer.
"Cerca de 20% dos adolescentes [inquiridos] reporta ter tido pelo menos uma vez na sua vida o envolvimento em comportamentos autolesivos", afirmou Ana Xavier, da Faculdade de Psicologia da Universidade de Coimbra, citada pela agência Lusa.
A automutilação pode passar por cortes, queimaduras, arranhões, o objetivo é magoar o próprio corpo para "regular emoções difíceis e intensas", acrescentou a investigadora.
A investigação revelou ainda que as raparigas registam um "maior envolvimento" neste tipo de comportamentos, são também elas quem reporta “maiores níveis de sintomas depressivos". As raparigas tendem a ser “mais autocríticas e a relatar maiores problemas com o grupo de pares", lê-se no estudo.
Para a investigadora, a automutilação não sugere “"intencionalidade de suicídio", mas constitui um fator de risco que deve ser tido em conta.
Os resultados "são importantes porque alertam para a importância de se fazerem intervenções e de se estar atento a este tipo de dificuldades" nos adolescentes, sublinhou Ana Xavier.
Os resultados, embora chocantes, são semelhantes aos já reportados em estudos internacionais.
O estudo teve por base um inquérito a quase três mil jovens, com idades entre os 12 e os 19 anos.