Christian Kern mostrou-se insatisfeito com os Estados-membros da União Europeia que continuam a recusar-se a acolher refugiados, de acordo com o sistema de quotas definido, e ameaçou avançar com a proposta de redução do financiamento a esses países.
Na mira do chanceler austríaco estão igualmente as medidas anti-imigração, adotadas recentemente pela Polónia e Hungria. “O dinheiro do orçamento da UE deve ser distribuído (…) de forma equitativa. Se os países continuarem a evitar resolver a questão da migração (…) não deveriam continuar a receber os biliões de Bruxelas”, defendeu, em declarações ao jornal alemão “Die Welt”.
As críticas do líder do executivo da Áustria surgem no seguimento da decisão de terça-feira, tomada no parlamento húngaro, de aprovar a reintrodução do sistema de detenção automática de todos os migrantes que entram no país, abandonada em 2013, após pressões da UE e ACNUR.
A nova legislação determina a colocação dos migrantes numa “zona de trânsito”, junto às fronteiras com a Sérvia e a Croácia, onde ficarão sob detenção até uma decisão final sobre os respetivos pedidos de asilo.