A Holanda recusou autorizar a aterragem no país do avião do ministro dos Negócios Estrangeiros turco, que pretendia pedir em Roterdão o apoio dos turco-holandeses no referendo para decidir um reforço de poderes do presidente da Turquia no sistema de governo.
Em comunicado citado por agências noticiosas internacionais, o governo dos Países Baixos justificou a decisão com "os riscos para a ordem pública e para a segurança" causados pela visita do ministro Mevlut Cavusoglu a Roterdão.
O chefe de Estado turco considerou em seguida que a interdição da visita do ministro turco é uma "reminiscência" do nazismo e ameaçou ripostar. "Estes são os vestígios do nazismo, eles são fascistas", disse Recep Tayyip Erdogan numa reunião em Istambul.
"Vocês podem impedir o nosso ministro dos Negócios Estrangeiros de voar, mas a partir de agora vamos ver como os vossos voos vão aterrar na Turquia", ameaçou ainda Erdogan.
Na resposta o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte classificou como "loucas" as declarações do presidente turco acrescentando que "passaram completamente das marcas".
Na quinta-feira o ministro dos Negócios Estrangeiros da Holanda, Bert Koenders, tinha dito que a Holanda não ia cooperar com a visita e acrescentou que acrescentou que tinha informado Cavusoglu desta posição.
De acordo com o gabinete de Estatísticas da Holanda há quase 400.000 pessoas de origem turca a viverem no país. A campanha junto da diáspora turca para o referendo de 16 de março tem causado grande tensão entre os países europeus e a Turquia.
A Alemanha cancelou vários destes comícios e a 5 de março Erdogan acusou Berlim de "práticas nazis". As observações irritaram, mas a chanceler alemã, Angela Merkel, pediu "cabeça fria".
Tal como a Alemanha, a Suíça e Áustria proibiram na sexta-feira a realização nos seus países reuniões eleitorais com a presença de membros do partido do governo turco AKP, justificando com ameaças à ordem pública.