1.RGA. O cancelamento da conferência de Jaime Nogueira Pinto na Faculdade de Ciência Sociais e Humana da Nova é um acontecimento significativo. Não tanto pela decisão do Diretor, com a qual não concordo mas que compreendo. (Só quem está nas trincheiras naquele momento tem condições para sopesar todos os aspetos em jogo.) O que acho mesmo importante é que a decisão tenha sido tomada na sequência de uma “exigência” de uma RGA. Assistimos pois ao retorno da RGA como mecanismos da tomado de decisão nas escolas. Quem tem a minha idade recorda-se bem do que elas eram nos anos de 1973, 74 e 75. Tudo era decidido lá, desde o fecho das escolas, ao saneamento de professores e à avaliação de conhecimentos. Tudo na maior intolerância, coerção e violência. O domínio por excelência dos demagogos radicais. Enfim, um paraíso populista. Os jovens censores da esquerda radical estão muito mais próximos dos Trump, Le Pen e Farage do que os “jovens nacionalistas” que pretendiam organizar a conferência.
2. Agressividade verbal. A forma como se expressa a diferença e a divergência é muito importante. Só o debate conduzido com civilidade –ainda que acesso, robusto, mordaz e sem quartel –, é genuinamente construtivo e livre. Poucos cultivam o debate civilizado como os britânicos. Aprendi, na organização onde trabalho em Inglaterra, a debater e discordar baixando a voz, moderando o verbo e ouvindo ativamente. A violência verbal serve o propósito de outras formas de violência, intimidar e coagir o opositor, esmagar sem convencer. Vejo com preocupação um outro retorno, também notado por alguns comentadores: o da agressividade extrema ao Parlamento. De novo o clima RGA. Suspeito que tanto no Parlamento como na Faculdade da Nova tem muito a ver com a ação e influência da extrema esquerda.