O Expresso trás a sua sondagem mensal (feita em parceria com a Sic) em que mostra uma linha contínua ascendente para as intenções de voto no PS, e uma linha contínua descendente para as intenções de voto no PSD. O PS tem neste momento uma vantagem sobre o PSD de 10%, que não é negligenciável. Não é de esquecer que hoje, em termos parlamentares, o PS tem menos deputados que o PSD. Se as eleições legislativas fossem hoje, essa situação inverter-se-ia.
Portanto, com 38%, o PS teria a maioria absoluta no parlamento quer coligados com o Bloque de Esquerda (9%) quer com a CDU (8%).
De uma forma geral, a situação económica do país está melhor do que nos duros anos da troika, aos quais PSD e CDS não se conseguem dissociar. Por outro lado, Mário Centeno impõe uma disciplina orçamental apertada. Ele compreendeu que o PS tem de ser o partido da responsabilidade orçamental, coisa que nem toda a gente no interior do PS já percebeu, já para não falar dos parceiros de coligação, para quem essa noção é absurda.
Se a tendência de subida do PS continuar, é possível que os socialistas venham a ganhar as próximas legislativas, em princípio em 2019, com a maioria absoluta. Poderá nessa altura livrar-se dos seus parceiros de coligação.
Mas quererá fazê-lo? Ter o PCP a apoiar o governo assegura a paz social, com as greves inexistentes ou esporádicas, não transformando a vida de muita gente num pequeno inferno como foi no tempo do governo PSD-CDS. Quanto ao BE, das iniciativas fraturantes, tê-lo comprometido com o governo assegura o apoio de uma extrema-esquerda mais jovem que o PCP.
Por isso é que, mesmo com maioria absoluta do PS, a geringonça terá, provavelmente, uma segunda vida. Quem diria?