A série já tem quase 11 anos (2006), mas foram cerca de 300 as crianças que receberam, em simultâneo, tratamento hospitalar por apresentarem sintomas alérgicos, como erupções cutâneas, comichões, dificuldades em respirar e tonturas – todos estes sintomas surgiram sem uma explicação aparente.
Na altura, o jornal PÚBLICO noticiou que várias crianças tinham ido parar ao hospital, supostamente devido à lagarta do pinheiro, mas alguns especialistas que analisaram os casos, não conseguiram provar que as alergias estavam ligadas à lagarta do pinheiro. O INEM chegou mesmo a alegar que os sintomas apresentados pelos alunos podiam estar "psicologicamente empolados" devido a um episódio da série que era transmitida pela TVI. "Em qualquer dos casos, as crianças assistidas por médicos nossos não apresentavam quaisquer sintomas consistentes de alergia. E o mais estranho é que a lagarta do pinheiro, quando contagia, contagia todos, não afecta especificamente alunos ou escolas", avançou ao PÚBLICO Mário Almeida, médico regulador do INEM Norte.
Passados estes anos todos, o fenómeno foi agora analisado e estudado pela revista cientifica do instituto Smithsonian, como exemplo de “histeria coletiva”.
A publicação norte-americana afirma que “a histeria em massa é como uma inversão do efeito placebo. As pessoas podem literalmente ficar doentes com nada mais do que uma ideia”, explica o sociólogo Robert Bartholomew.
Ainda de acordo com outra fonte, o neurologista E. Steve Roach, “o caso de 'Strawberries With Sugar' é especialmente interessante porque, ao contrário do que normalmente acontece nestes casos, não foi a televisão a propagar a ideia de um vírus a partir de um caso existente, divulgado nas notícias por exemplo. Foi um caso ficcional a espoletar a ideia” sublinha.