Medicamentos aparentemente inofensivos podem ser mais perigosos para a saúde do que se imagina.
O alerta surge esta quarta-feira num artigo publicado na revista científica "European Heart Journal – Cardiovascular Pharmacotherapy". Investigadores dinamarqueses analisaram casos de doentes que tiveram paragens cardíacas entre 2001 e 2010 e que foram assistidos nos hospitais do país.
Ao analisar os registos de 28.947 pessoas, conseguiram apurar que 3.376 tinham feito algum tipo de anti-inflamatórios não-esteroides, o grupo de medicação onde se inclui o ibuprofeno. Controlando outros fatores de risco, a equipa conclui que a toma destes medicamentos aumenta o risco de ter um ataque cardíaco em cerca de 31%. Foi encontrado um efeito maior na toma de outra substância deste grupo, o diclofenac, que é também é comercializado em diferentes formas em Portugal.
Os autores defendem que estes medicamentos não deviam ser de venda livre (sem ser preciso receita), dado a toma excessiva poder trazer riscos. Ao serem comercializados em supermercados e sem aconselhamento farmacêutico ou médico, os investigadores acreditam que é transmitida à população a ideia de que são inofensivos.
Em comunicado, o autor do estudo Gunnar H. Gislason alerta que não se deve tomar mais de 1200mg de ibupofeno por dia, portanto dois comprimidos no caso de embalagens de 600mg.
O autor adianta que, neste grupo, o anti-inflamatório mais seguro é o naproxeno (também comercializado em Portugal por diferentes marcas e genéricos). Já o diclofenac é considerado pela equipa o que comporta mais riscos e deve ser evitado, sobretudo por pessoas com problemas cardíacos.