“Fartei-me do Santana como primeiro-ministro, estava a deixar o país à deriva”. Foi esta frase de Jorge Sampaio, na biografia da autoria de José Pedro Castanheira, que deixou Pedro Santana Lopes surpreendido. “Até me custa a crer que essa frase seja dele, porque não lhe fica bem”, disse o ex-primeiro-ministro.
Santana Lopes respondeu, na SIC-Notícias, às revelações feitas pelo ex-Presidente da República. Sampaio justifica a decisão de dissolver o parlamento, há 12 anos, com “a necessidade de dar voz ao povo”.
Santana Lopes acha que o assunto tem que ser esclarecido de uma vez por todas e desafia o ex-chefe de Estado para um debate na televisão. “Se o dr. Jorge Sampaio quiser falar disto civilizadamente, perante as câmaras de televisão para o país ouvir, eu tenho todo o gosto”.
Santana não deixou de lembrar que a queda do seu governo conduziu à maioria absoluta de José Sócrates. “Esta dissolução deu origem àquilo que andamos a falar todos os dias e deve ser um peso terrível”.
Aquilo que andamos a falar todos os dias é a “Operação Marquês” e, por isso, Santana Lopes diz compreender “o peso na consciência” de Jorge Sampaio. “Acho que ele deve viver nesse tormento”, concluiu Santana Lopes.
No livro do jornalista José Pedro Castanheira, Jorge Sampaio garante que “hoje faria o mesmo, porque era preciso", porque “a verdade é que a maioria absoluta estava a desconjuntar-se".