Teresa Leal Coelho recusou o convite da coordenação autárquica do PSD para ser a candidata do partido à Câmara Municipal de Odivelas. Ao que o i apurou, a vice-presidente dos sociais-democratas fê-lo tendo em vista ser a escolhida para enfrentar Fernando Medina e Assunção Cristas em Lisboa nas eleições autárquicas deste ano.
Deputada à Assembleia da República e já vereadora na Câmara lisboeta, Leal Coelho, que até ao verão do ano passado era habitualmente substituída por Alexandra Barreiras Duarte nas reuniões camarárias, conseguiu reagendá-las para facilitar a sua comparência.
Depois de Assunção Cristas, a presidente do CDS, anunciar a sua candidatura ao lugar hoje ocupado pelo autarca socialista Fernando Medina, Teresa Leal Coelho foi ocultando cada vez menos das hostes sociais-democratas a sua ambição de encabeçar a lista do PSD em Lisboa.
Pedro Passos Coelho tem precisamente uma semana até à última reunião da sua comissão permanente em março, sendo este o mês em que a direção se havia comprometido a revelar o seu candidato à Câmara da capital.
O programa eleitoral, como já noticiara o “Sol” em fevereiro, está finalizado, só sendo tornado público quando o candidato dos sociais-democratas for apresentado.
Desde o ‘não’ de Pedro Santana Lopes à concelhia do PSD de Lisboa que o processo foi gradualmente passando de Mauro Xavier (presidente da concelhia) para Carlos Carreiras (coordenador autárquico do partido) e de Carreiras para Pedro Passos Coelho.
Durante essa transição, ouviram-se nomes de potenciais candidatos suficientes para uma partida de futsal. José Eduardo Martins, que coordenou a elaboração do programa para Lisboa, foi incentivado por Marques Mendes a concorrer mas escapou-se sempre à ideia, os nomes de Teresa Morais e Maria Luís Albuquerque, as restantes vice-presidentes, foram falados, o de Paula Teixeira da Cruz (ex-ministra da Justiça e deputada) também, Nuno Morais Sarmento (ex-ministro e advogado) chegou a afirmar que entre a liderança do partido e a Câmara de Lisboa preferiria a segunda, Rui Gomes da Silva (ex-ministro e advogado) era a opção B da concelhia caso não se conseguisse Santana, Jorge Moreira da Silva (ex-vice presidente do partido) rumou, entretanto, à OCDE, Paulo Rangel deve permanecer em Bruxelas como eurodeputado e Pedro Reis na chefia do Instituto Francisco Sá Carneiro também. Quem disse “não” a Passos e a quem Passos disse “não” tem sido de conhecimento menos geral.
Marina Ferreira, que já foi vereadora, é o rumor mais recente – todavia, o facto de ter ido presidir à Transtejo por indicação de um executivo socialista afasta-a da corrida dos eventuais candidatos.
No que toca independentes, José Eduardo Moniz foi sondado, Rogério Alves nega qualquer contacto e Carlos Barbosa, o presidente do ACP, deve integrar as listas, mas sem ser o número 1.
Durante algum tempo, o partido tentou um acordo de coligação em torno da candidatura de Assunção Cristas, mas as negociações caíram e Passos já descartou a hipótese. Cristas, por sua vez, diz manter a porta aberta.
Santana Lopes, sabe o i, vê a ausência de candidato com algum constrangimento, tendo em conta que a concelhia do partido apostou tudo no seu nome. O antigo primeiro-ministro mantém, apesar disso, a posição de não avançar.
Passos, de acordo com fonte próxima do processo, “já tem o nome”. Confirmando-se a candidatura de Teresa Leal Coelho, o presidente do PSD/Lisboa, Mauro Xavier, terá vencido a sua batalha para não apoiar Assunção Cristas e perdido a batalha de não querer uma das vice-presidentes do partido. Mas falta ver se a deputada e vereadora é mesmo o coelho que o líder tira da cartola.