O facto de ser vereadora e de não ter participado em qualquer governo de Passos Coelho faz de Teresa Leal Coelho uma das faces simpáticas do PSD: não está associada à austeridade do período da troika. Da televisão, passa a imagem de uma pessoa moderada e equilibrada, mas que também faz saber muito bem quando não está de acordo com a linha oficial do seu partido.
Seria, em circunstância normais, uma boa candidata. Mas creio que a candidatura dela está votada ao fracasso. Conceição Cristas foi muito rápida a apresentar a sua candidatura, ocupando espaço no centro-direita, e Passos Coelho quase tão rápido a negar uma coligação com o CDS. Não gosta de factos consumados, seja. Mas, provavelmente, quer o PSD quer o CDS, sem estarem coligados, têm reduzidas hipóteses face ao PS de Fernando Medina.
Medina tem várias vantagens: é o atual presidente da câmara e, apesar de não ser presidente da câmara desde o início do mandato, (Medina não foi eleito pelo voto popular, sendo o substituto de António Costa quando este abandonou a câmara) começa a ter obra feita. Isto porque, como explicou Roboredo Seara este fim de semana numa entrevista, “em dez anos, é o primeiro presidente que tem dinheiro para gastar”, o que é um trunfo muito importante. Passa a imagem de “jovem quadro dinâmico”. Seria sempre um bom candidato, como presidente em exercício é praticamente imbatível.
Saúdo a coragem de Teresa Leal Coelho em avançar com a sua candidatura. Ela encarna o rosto “simpático” do PSD. Mas, muito provavelmente, limita-se a fazer um jeito ao presidente do partido, pois a sua candidatura é para perder.