Carreiras não estava a falar de uma coligação entre os dois partidos – aparentemente tentada, mas falhada – mas sim de candidaturas autónomas à principal câmara do país.
“Corrigindo alguma afirmação da minha parte que não terá sido bem explícita, o que eu quis dizer foi o seguinte: em Lisboa o nível de abstenção é de 55%, o PSD e o CDS vão tentar trabalhar para reverter esse descontentamento de forma a que o PSD possa ter, juntamente com o CDS, uma votação muito expressiva em Lisboa”, disse Carreiras à margem de uma reunião da Comissão Política do partido destinada a aprovar os nomes de candidatos autárquicos do PSD.
Este ajustamento no discurso de Carreiras surgiu depois de o coordenador autárquico e candidato a novo mandato à frente da câmara de Cascais ter dito também hoje aos microfones da TSF que o seu desejo era que as candidatas do PSD e do CDS ficassem nos dois primeiros lugares da corrida eleitoral a Lisboa, acentuando então que “a ordem dos fatores é indiferente”.
Carreiras aproveitou o encontro com os jornalistas para elogiar a candidatura da vice-presidente do partido à capital, considerando-a uma “candidata muito preparada e conhecedora dos problemas dos munícipes de Lisboa”.
”Consideramos que, juntamente com a equipa e o projeto que irá apresentar, Teresa Leal Coelho reúne os argumentos suficientes para aspirarmos a uma votação positiva e ganhadora em Lisboa”, disse.
Para Carreiras, a atual presidente dos centristas inviabilizou logo à partida a hipótese de uma coligação na capital e explicou: “A líder do CDS disse logo que ia ter uma apresentação nas autárquicas de geometria variável, no Porto apoiaria a candidatura independente de Rui Moreira, em Aveiro e em Cascais, por exemplo, manteria a coligação com o PSD, e em Lisboa teria uma candidatura própria”.
Carlos Carreiras anunciou que nos 308 concelhos no país há, para já, 99 coligações com o CDS, havendo ainda perspetivas de crescimento. Em 2013 os dois partidos concorreram coligados em 87 concelhos.
E concluiu: “À exceção de 15 concelhos, estamos a cumprir o prazo de 31 de março. Ao contrário do que diziam não é tardio. Somos o partido que tem o seu processo autárquico mais avançado”. O dirigente espera que estas 15 situações fiquem resolvidas até ao fim do mês.