O aniversário do 22 de março

Bruxelas, depois de Lisboa, é a minha segunda cidade. Ao fim ao cabo foram seis anos a morar lá. Um dos rituais era comprar à quinta-feira a revista “The Bulletin”, escrita em inglês e tendo como público-alvo os expatriados (“a revista dos ingleses”, na simplificação excessiva de uma colega italiana). Foi graças a essa revista…

Toda a gente gosta de viajar, e eu não sou exceção. Por isso, era sempre uma sensação agradável ir ao aeroporto de Zavantem, quer fosse para vir a Portugal, quer fosse para embarcar para qualquer outra parte do mundo. Fiquei a conhecer muito bem esse aeroporto. Por isso quando, faz hoje um ano, soube que o aeroporto tinha sido um dos alvos de um ataque terrorista, com muitas vítimas, foi como levar um murro no estômago.

Apressei-me a certificar que nenhum dos meus amigos e ex-colegas tinha morrido ou sido ferido. Felizmente, não houve baixas entre os meus conhecimentos. E os meus cuidados foram, segundo o meu ex-chefe, “grandemente apreciados”.

Recuando novamente uns bons anos, uma das primeiras coisas que fiz depois de me ter mudado para Bruxelas foi ir conhecer Londres, e em Londres o primeiro sítio que visitei foi o Parlamento. Por isso, não deixo de ficar chocado com o atentado terrorista ocorrido hoje em Londres. Depois do aeroporto de Bruxelas, do metro de Londres, e de um café/restaurante no centro de Marrakech, na praça Djama el-Fna, este é o quarto sítio que eu conheço que é alvo de atentados terroristas. O mundo é mesmo muito pequeno.

Quero aqui exprimir a minha solidariedade às vítimas do atentado de hoje, bem como aos seus familiares. Quero também expor que a nossa causa é justa: é a liberdade contra a selvajaria. Por isso, estou confiante na nossa vitória contra estes monstros desequilibrados.