O ministro do Interior francês, Bruno Le Roux, demitiu-se na terça-feira, devido a revelações que empregou as suas filhas desde 2009, quando ambas eram ainda menores, até 2016, como assistentes parlamentares. O antigo ministro enviou uma declaração à comunicação social em que informa que apresentou a sua demissão ao presidente François Hollande, porque a sua “responsabilidade é preservar a ação governamental”. A sua resignação foi aberta depois das autoridades judiciais francesas terem aberto uma investigação a esses contratos.
A saída de La Roux chega menos de 24 horas depois da denuncia ter sido feita no programa de televisão “Quotidien”, no canal de televisão TMC, numa reportagem revelava-se que o ex-ministro tinha empregue as suas filhas, desde 2009, com 14 e 10 contratos temporários, cada uma. As filhas do então deputado terão recebido por essas “prestações de trabalhos” cerca de 55 000 euros.
La Roux defendeu que não cometeu nenhuma ilegalidade e que os contratos que fez às suas filhas eram “pontuais e oficiais, conforme as regras jurídicas da Assembleia Nacional e que todos eles correspondiam a trabalhos que foram de facto efetuados”. O ex-ministro do Interior, de 51 anos, insistiu na sua “honestidade” e defendeu-se dizendo que as filhas faziam estes trabalhos durante as suas férias escolares e que o labor desenvolvido “era muito importantes para mim e formativos para elas, dado que o nosso tempo para estar juntos não era muito frequente”.
O caso ganhou maior importância dada as parecenças com um outro caso que envolve o candidato presidencial da direita François Fillon, que terá empregue indevidamente a mulher e dois filhos.
O presidente francês François Hollande informou, em comunicado, que o novo titular da pasta do Interior é o até agora secretário de Estado do Comércio Exterior, Mathias Fekl, um homem considerado muito próximo do titular do Eliseu.