Pizzi foi o jogador da Seleção eleito para falar aos jornalistas nesta quinta-feira e não escondeu o desejo de conseguir o primeiro jogo oficial pela principal equipa nacional neste sábado, na Luz. O médio do Benfica já tem quatro internacionalizações A, mas sempre em jogos particulares.
"A Seleção está recheada de ótimos jogadores, não só no meio campo como em todos os setores. Um dos meus objetivos é afirmar-me na Seleção Nacional como tenho feito no Benfica. Sei que é extremamente difícil mas tenho vindo a trabalhar para isso. Este estádio é muito importante para mim, é a minha casa, é onde me sinto bem e claro que gostaria de poder ajudar a Seleção neste estádio. Mas estou aqui para ajudar e o selecionador é que decide. Ainda para mais vamos ter uma multidão aqui a apoiar-nos, os adeptos sabem que é um jogo muito importante. Eu acredito sempre que posso ser opção. Mas é uma decisão do selecionador. Eu quero dar o máximo todos os treinos e mostrar que posso ser mais um a ajudar", realçou Pizzi, completando: "Ao longo da minha carreira tenho trabalhado imenso para alcançar os meus objetivos. Foi uma carreira construída a pulso. Aqui na Seleção há excelentes médios, excelentes jogadores que estão nos melhores clubes europeus e naturalmente não vai ser fácil. Mas tenho de continuar a trabalhar e dar o máximo para dificultar as escolhas do selecionador. Como todos os outros jogadores, também quero conquistar o meu espaço."
A receção à Hungria, de resto, chega numa fase em que alguns dos mais influentes médios da equipa passam por uma fase de menor fulgor – Renato Sanches, João Mário ou João Moutinho não têm estatuto de titulares nas respetivas equipas, enquanto Adrien até está ausente por lesão. Mas Pizzi desvaloriza esta questão. "Essas questões de jogar mais ou menos nos clubes não são tão importantes aqui na Seleção. Todos os jogaodres têm muita qualidade e se os jogadores não têm jogado tanto nos seus clubes é por questões menores. Todos estão em condições ótimas e todos podem jogar", salienta, realçando a "muita qualidade" dos jovens que têm sido chamados por Fernando Santos: "Temos jovens talentos de muita qualidade, que podem chegar a grandes clubes na Europa. Para mim e para todos os jogadores mais velhos que estão aqui, é um enorme prazer ter estes jovens na Seleção. A equipa nacional está a reformular-se em termos de qualidade e de cultura e é muito bom ver o talento que há na nova geração."
Pela frente está uma equipa que colocou grandes dificuldades a Portugal no Europeu de França: a Hungria, com quem a equipa das Quinas empatou 3-3 na última jornada da fase de grupos. Questionado (por jornalistas húngaros) sobre que jogador destaca da seleção magiar, Pizzi soltou de imediato um nome. "A Hungria é uma seleção de qualidade, tem bons jogadores, jogadores fortes individualmente como é o caso do capitão. Podia destacar vários jogadores, mas vou ficar com o Dzsudzsák", salientou o médio luso. Dzsudzsák, recorde-se, marcou dois golos a Portugal nesse encontro do último Europeu. Aos 30 anos, o extremo-esquerdo é o capitão da seleção húngara e representa atualmente o Al Wahda, dos Emirados Árabes Unidos, depois de ter passado por clubes como PSV Eindhoven, Anzhi ou Dínamo Moscovo.
Pelo meio, Pizzi foi ainda questionado sobre o clássico que se avizinha entre Benfica e FC Porto. Mais propriamente, pela eventualidade dos jogadores desses clubes se poderem "retrair" enquanto estão ao serviço da Seleção, de modo a chegar a 100 por cento ao jogo grande do campeonato. Mas o médio encarnado recusou terminantemente essa ideia. "Será impensável algum dos jogadores que estão aqui pouparem-se a pensar no jogo que vem a seguir nos clubes. Não passa pela cabeça de ninguém poupar-se, todos vão dar o máximo para ajudar a Seleção. O mais importante é falarmos da Seleção Nacional. Ainda falta uma semana e meia para o clássico, vai ser um grande jogo do futebol nacional, mas estou aqui para ajudar na Seleção e apenas isso. Depois pensamos no clássico", ressalvou Pizzi, assegurando ainda que a relação entre jogadores de Benfica e FC Porto "é ótima". "Estamos na seleção e a defender os mesmos objetivos. Só pensaremos no clássico após o jogo com a Suécia na terça-feira. Agora o mais importante são os jogos da seleção. Depois disso sim, procuraremos descansar e pensar nesse jogo e nos objetivos de cada um", sentenciou.