De Eusébio a Cristiano Ronaldo há história para contar. Todos os capítulos que narram os confrontos entre as seleções portuguesa e húngara, em jogos oficiais, têm um final feliz para a equipa das quinas, já que a seleção nacional nunca saiu derrotada diante dos magiares até aos dias de hoje.
O conjunto luso pode até não ter apanhado a congénere húngara no seu auge – considerada a melhor equipa do mundo durante quatro anos (1950 a 1954), altura em que disputou 31 jogos sem derrotas e marcou 147 golos!, como escreveu há dias o i –, já que as primeiras páginas desta “batalha” só começaram a ser escritas nos anos 60. No Mundial de 1966, em Inglaterra, mais precisamente.
Boas memórias Embora Eusébio não tenha faturado nesse primeiro encontro, serviu José Augusto, através da conversão de um canto, e o extremo viria a bisar no triunfo português, por 3-1, contra os húngaros. Seria o primeiro de seis duelos que as duas nações disputariam até ao jogo deste sábado. E a primeira de outras quatro vitórias que Portugal acumularia contra apenas um empate: em 1998, em Budapeste, na fase de qualificação para o Euro2000, vitória portuguesa por 3-1, com bis de Sá Pinto e um golo de Rui Costa e, no mesmo ano, visto que ambas as seleções se encontravam no mesmo grupo, novo triunfo por 3-0, desta feita no Estádio da Luz. À data era Humberto Coelho a comandar as tropas lusas.
Passaram-se dez anos até se ter proporcionado um novo encontro. O apuramento para o Mundial2010 voltou a cruzar Portugal e Hungria no mesmo caminho. E as gentes do nosso país voltaram a sorrir. Primeiro em solo húngaro: vitória portuguesa com um golo solitário de Pepe e, depois, na capital, triunfo sólido e folgado com um bis de Simão Sabrosa e um golo de Liedson (3-0) a fechar as contas ao resultado final.
As memórias mais recentes são precisamente as mais assustadoras, mas pouco relevantes, já que a única imagem que ficará para sempre é Ronaldo a chorar, estendido no relvado, antes de sair das quatro linhas, Eder a tornar-se herói nacional e o erguer de uma taça, inédita, que representa a maior conquista do futebol português. Foi durante este percurso, que culminou com a consagração de Portugal como o novo campeão da Europa, que a Hungria voltou a reaparecer. E foi a única vez que Portugal não venceu, apesar do empate (3-3), em Lyon, ter sido suficiente para carimbar o acesso de Fernando Santos e companhia aos oitavos-de-final da competição. O jogo, não é preciso relembrar. Enervante, difícil, e sempre atrás do resultado (Portugal esteve sempre em desvantagem).
Sábado será o sétimo confronto e mais uma página ficará escrita. Resta saber se o livro continuará a ser feito de boas memórias para a tropa portuguesa…
Uma “final” sem poupanças Depois de Eder ter considerado o jogo frente à Hungria “quase uma final em que é obrigatório vencer”, a seleção continua a preparar o embate com todos os convocados disponíveis. A uma semana do Benfica-Porto, desafio que pode ser decisivo para as contas do título, Pizzi garantiu que ninguém “se vai poupar para o clássico”.
“Pensaremos no clássico depois do jogo com a Suécia [particular, dia 29]. Agora o importante é pensar na Hungria, depois no particular, e após isso, aí sim, nos nossos clubes. Como é a relação aqui com os jogadores do FC Porto? Como é com todos: ótima. Estamos na seleção a defender os mesmos objetivos”, explicou. “Será impensável os jogadores pouparem-se para os jogos que vêm a seguir, isso não nos passa pela cabeça. O mais importante é trabalhar no máximo e ajudar a seleção”, concluiu o médio das águias, que descartou ainda que o jogo de 1 de abril, a contar para a 27.a jornada, seja “decisivo”.