O líder do Partido Trabalhista britânico, Jeremy Corbyn, afirmou ontem que o partido votará contra o acordo final para o Brexit no caso de não ficarem assegurados “exactamente os mesmos benefícios” da manutenção do Reino Unido dentro da União Europeia. Segundo o “The Independent”, Corbyn falou de que a saída do mercado único é uma “ameaça violenta ao emprego” no país. “Para nós, é muito claro de que terá de existir acesso pleno ao mercado europeu, caso contrário a ameaça aos empregos neste país será absolutamente grave”, disse o líder do Labour. Corbyn deu como exemplo o caso da indústria automóvel que, com uma possível exclusão do mercado europeu, ficará em risco.
Esta segunda-feira, o porta-voz dos trabalhistas para o Brexit, Sir Keir Starmer, vai anunciar seis objectivos que o Labour quer que a primeira-ministra Theresa May atinja, nomeadamente que qualquer acordo para a saída do Reino Unido da União Europeia tem que manter “exactamente os mesmos benefícios”. Para o porta-voz trabalhista, os seis pontos exigidos pelo seu partido incluem “uma forte colaboração no futuro com a União Europeia” e a defesa dos direitos dos trabalhadores. Em entrevista à BBC, Sir Keir Starmer admitiu que haverá uma maioria na Câmara dos Comuns para impedir o chamado “hard Brexit”, o que faria com que o Reino Unido abandonasse a Europa sem qualquer tipo de acordo de colaboração.
Em entrevista à estação de televisão ITV, o líder trabalhista negou que, com esta ideia, esteja agora empenhado em travar o Brexit, votando contra o resultado final do acordo de saída da União “Não, não estamos. Respeitamos o resultado do referendo, isso é claro. Nós não estamos é em posição de saber o que o acordo será. Existe um elevado grau de especulação quando estamos a dois anos desse voto específico”, disse Corbyn.
Na semana passada, a primeira-ministra britânica arrancou com o processo que vai levar à saída do Reino Unido da União, cumprindo o voto do referendo, que escolheu a saída. As instituições europeias têm deixado claro que o Brexit não vai garantir ao Reino Unido os mesmos benefícios que teria enquanto estado-membro.