As Forças Democráticas da Síria (SDF) – uma coligação militar, liderada pelos curdos do YPG, que combate o grupo Estado Islâmico no norte da Síria, desde 2015, e que também conta nas suas fileiras com combatentes árabes, arménios e turcomanos – conseguiram uma importante vitória militar, na grande batalha pelo controlo da cidade síria de Raqqa.
No passado domingo, as forças apoiada pelos Estados Unidos lograram recuperar das mãos dos jihadistas a base aérea de Tabqa, um ponto estratégico vital, com vista à operação de reconquista da maior barragem da Síria,
Situada a pouco mais de 50 quilómetros de Raqqa, a capital do Estado Islâmico no país, a barragem de Tabqa funciona como central hidroelétrica e alimenta energeticamente grande parte da Síria, pelo que o seu controlo é fulcral para as aspirações do exército invasor, que apenas conseguiu recapturar algumas partes do enorme complexo.
Mas na sequência da batalha pela base aérea vizinha, as SDF foi alertadas pela administração da infraestrutura que os combates causaram danos na barragem e fizeram subir perigosamente o nível da água do rio Eufrates, uma situação que, tal como confirmaram os engenheiros sírios à AFP, poderia levar ao colapso da estrutura.
Face aos riscos de uma inundação em larga escala, que teria “consequências humanitárias catastróficas”, nas palavras de um representante da ONU, citado pela Al-Jazeera, o grupo de ativistas “Raqqa is Being Slaughtered Silently [‘Raqqa está a ser silenciosamente chacinadda’]” revelou que os combatentes do Daesh ordenaram a evacuação da cidade e, na segunda-feira, as SDF decidiram suspender temporariamente a ofensiva militar, para “garantir a segurança da estrutura”.
Tanto a barragem de Tabqa, como a cidade de Raqqa, foram perdidas para as mãos do grupo Estado Islâmico em 2014.