CGD: SMS entre Centeno e Domingues fora da documentação requerida por PSD e CDS

Para já, as mensagens SMS trocadas entre Mário Centeno e o antigo presidente da Caixa António Domingues, relacionadas com a entrega de declarações de rendimentos e património, estão fora da documentação requerida pelos deputados do PSD e CDS na comissão parlamentar de inquérito, a segunda ao banco público em curso no parlamento.

Os deputados dos dois partidos requereram a entrega de "toda a documentação" trocada entre o Ministério das Finanças e a anterior administração da CGD nos tempos de Domingues – "declarações, notas ou comunicados" -, sem uma única referência à troca de mensagens escritas de telemóvel (SMS) que o PSD chegou a requerer na primeira comissão sobre o banco público, pretensão então negada pela esquerda.

"Toda a documentação trocada entre o Ministério das Finanças ou qualquer membro dos respetivos gabinetes governamentais e a administração liderada por António Domingues, relativa à alteração do Estatuto do Gestor Público e suas implicações, designadamente quanto à declaração de rendimentos e património, incluindo declarações, notas ou comunicados emitidos por qualquer uma das partes", solicitaram PSD e CDS.

Além de muitos outros documentos, os dois partidos – que constituíram potestativamente (com carácter obrigatório) esta segunda comissão – pedem as audições de António Domingues, de Ricardo Mourinho Félix, secretário de Estado Adjunto e das Finanças, de Carlos Costa, Governador do Banco de Portugal, e de Mário Centeno, ministro das Finanças.

A comissão tem por objeto a atuação do governo na nomeação e demissão da anterior administração da Caixa e apurar se "é verdade ou não” que Centeno negociou a dispensa da apresentação da declaração de rendimentos de António Domingues e outros gestores, cenário negada pelo titular das Finanças.