Hospitais. Plano de contingência para Fátima reforça preparação em caso de terrorismo

Plano do SNS para as comemorações do centenário das aparições é apresentado hoje e define vários eixos de resposta. Secretário de Estado sublinha ao i que trabalho vai ser útil em futuros eventos

O plano de contingência preparado pelo Ministério da Saúde para as celebrações do 13 de Maio em Fátima vai ajudar a definir novos procedimentos de resposta para os hospitais do Serviço Nacional de Saúde não só para este evento, mas para ação futura. O dispositivo em caso de atentado terrorista foi uma das dimensões exploradas no plano que será apresentado hoje pela comissão de gestão liderada pelo médico António Marques da Silva, anestesiologista e especialista em medicina de catástrofe no Centro Hospitalar Universitário do Porto, com experiência anterior na organização de grandes eventos como o Euro 2004 ou o Campeonato Mundial de Futebol no Brasil, em 2014.

Em declarações à agência Lusa, o responsável adiantou que, face a cerimónias de outros anos, haverá maior envolvimento da rede hospitalar e foram definitivas novas metodologias de comunicação entre os hospitais e emergência pré-hospitalar, “com impacto positivo na maior facilidade de gestão e de rentabilização de meios existentes”.

Em janeiro, quando o Ministério da Saúde nomeou esta comissão de gestão do plano de contingência para as comemorações do centenário das aparições de Fátima, estabeleciam- -se já três eixos de resposta envolvendo diferentes hospitais do SNS, e o governo já fez saber que, caso não haja nenhum incidente de maior, não será necessário recorrer a instituições de saúde privadas.

Nas bases de trabalho divulgadas em janeiro estava previsto que a resposta aos peregrinos e altas individualidades fosse garantida, em primeiro lugar, nos hospitais mais próximos do santuário. Na retaguarda ficaria o Hospital de Santa Maria, em Lisboa.

Já para o caso de uma “situação de exceção”, como uma calamidade, previa-se o recurso a todos os hospitais com urgência polivalente. O diploma destacava ainda os hospitais de São João e de Santo António, no Porto, ou os centros hospitalares de Lisboa Central e Ocidental (São José e São Francisco Xavier) como as unidades que deviam, até maio, atualizar os planos de resposta para situação de catástrofe.

O resultado dos trabalhos será conhecido hoje, a 45 dias da chegada de Francisco a Fátima.

O secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, reservou para a sessão de hoje mais detalhes sobre a coordenação dos dispositivos, mas sublinhou ao i que o plano agora desenhado pelo grupo de peritos vai permitir melhorar a planificação, do lado da saúde, de eventos de grandes dimensões. “Será uma abordagem muito relevante que ficará para o futuro”, disse o responsável. Aliás, esse era um dos pontos previstos com a nomeação da equipa, que cessará funções a 30 de junho e irá apresentar um relatório de avaliação da concretização do plano e recomendações para acontecimentos futuros no domínio da medicina de catástrofe, lê-se no despacho publicado em janeiro.

Papa só vai reunir-se com Marcelo e Costa

Na última semana foi conhecido o programa oficial da visita do Papa.

A chegada de Francisco à base aérea de Monte Real está prevista para as 16h20 do dia 12 de maio, seguindo-se um encontro privado com Marcelo Rebelo de Sousa ainda na base aérea.

O Papa segue de helicóptero para o Estádio de Fátima, deslocando-se de seguida para o santuário numa viatura aberta. Ainda antes da bênção das velas, Francisco visitará a Capelinha das Aparições. No dia seguinte, sábado 13 de maio, o Papa terá um encontro pelas 9h10 com o primeiro-ministro, António Costa. Francisco visitará ainda a Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima antes de presidir à eucaristia. São esperados um milhão de peregrinos, num dia que poderá ainda ficar marcado pelo anúncio oficial da canonização dos pastorinhos Jacinta e Francisco.