Um estudo da Universidade de Iowa alerta que a forma como as mulheres são retratadas nos videojogos mais populares tem vários elementos recorrentes: são geralmente atraentes, aparecem seminuas, em posições sexualmente sugestivas e geralmente têm papéis limitados. Inquiridos vários jovens, a equipa não tem dúvidas: existe uma ligação entre a exposição a videojogos e atitudes sexistas.
O trabalho foi publicado na revista científica “Frontiers in Psychology”. “Muitos aspetos da vida podem influenciar atitudes sexistas. Foi surpreendente descobrir uma ligação pequena mas significativa entre jogar e o sexismo. Os videojogos não são feitos para transmitir visões sexistas, mas a maioria das pessoas não se apercebe de como as atitudes mudam. A maioria do que aprendemos não é consciente e apanhamos pistas subtis sem sequer nos apercebermos”, diz Douglas Gentile, autor do estudo, citado num comunicado da instituição.
O autor dá como exemplo o jogo "Grand Theft Auto, que oferece poucas hipóteses aos jogadores para interagir com as personagens femininas. “É possível pagar para ter sexo com elas, olhar para elas ou matá-las”, diz Gentile, reteirando que esta é uma visão limitada do papel feminino.
Ao todo foram entrevistados 13.520 adolescentes de Paris e Grenoble, com idades entre os 11 e os 19 anos. Em média passavam três horas a ver televisão e duas horas a jogar. Para avaliar as suas visões, pediam aos participantes para dizer até que ponto concordavam com a ideia de que as mulheres são feitas para ter filhos e criá-los. Aqueles que passavam mais tempo a jogar videojogos tendiam a concordar mais vezes com a afirmação. O sexismo parecia ser também maior entre os rapazes que tinham um estatuto socioeconómico mais baixo.