O número de portugueses que perderam a vida na estrada tem vindo a diminuir nos últimos anos e, se comparado com dados de 2010, essa redução chega aos 40%.
As estatísticas sobre segurança rodoviária foram ontem divulgadas pela Comissão Europeia na Conferência de Malta e dão conta de que, entre 2015 e 2016, a diminuição foi de 10% (54 mortos por milhão de habitantes em 2016 contra 57 óbitos em 2015).
No entanto, é na comparação com dados de 2010 que Portugal sobe no ranking: a redução de 40% significa que há sete anos morriam nas estradas portuguesas 80 pessoas por milhão de habitantes. Esta diminuição é a mais marcante entre todos os Estados-membros e representa mais do dobro da média comunitária, já que, no conjunto da União, o número de mortes na estrada entre 2010 e 2016 recuou apenas 19%. Ainda nos lugares cimeiros está a Lituânia, com menos 37%, e a Grécia, com menos 35%. Do outro lado da tabela está Malta, com uma subida de 69% das mortes, registando assim o pior resultado.
Pouco animador
Apesar de os números de Portugal serem encorajadores, a média europeia não dá azo a um respirar de alívio. Segundo a Comissão Europeia, “embora este ritmo seja encorajador, pode, no entanto, ser insuficiente para que a UE alcance o seu objetivo de reduzir para metade a mortalidade nas estradas entre 2010 e 2020”. O executivo comunitário reclama, por isso, “mais esforços de todas as partes interessadas e, em particular, das autoridades nacionais e locais, que devem executar a maior parte das atividades quotidianas, como a aplicação da lei e a sensibilização”.
Morte nas estradas Contas feitas indicam que todos os dias 70 europeus morrem em acidentes rodoviários, a maior parte (55%) em estradas rurais, 37% em zonas urbanas e apenas 8% em autoestradas.
É nos carros que se morre mais, correspondendo a 46% dos casos de acidente. Já os peões surgem em segundo lugar (21%), acima das motas, com 14%, e as bicicletas, com 8%.