Parede. Novo Hospital de Sant’Ana
Antigo hospital vai ter agora instalações mais modernas. O bloco operatório vai ser alargado e será possível realizar mais cirurgias.
No final do século XIX, surgiram na Europa os primeiros sanatórios. Hoje uma realidade longínqua, o objetivo destes estabelecimentos era combater a tuberculose, um dos males que começava a assolar também o nosso país. Em Portugal, o médico Sousa Martins, com a ajuda do casal Biester (mentor do projeto) fundou o Sanatório de Sant’Ana em 1904. A localização e o clima da Parede, no concelho de Cascais, eram os ideais para o tratamento destes doentes.
Esta unidade hospitalar está sob a alçada da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa desde 1911 e foram muitas as mudanças que ocorreram ao longo de mais de 100 anos.
Hoje em dia, o Hospital de Sant’Ana é considerado uma referência na área de Ortopedia e Traumatologia, mas tem também outras valências: Fisiatria, Reumatologia, Neurocirurgia, Cirurgia Plástica, Oftalmologia, Otorrinolaringologia, Medicina Interna, Urologia, Psicologia, Nutrição e Imagiologia.
Agora, a Santa Casa decidiu criar uma nova unidade, independente do edifício do século XX: o novo espaço terá três pisos, com uma ampla galeria envidraçada. No piso -1 existirá uma Área Técnica e Logística e no rés-do-chão ficará a entrada principal, a unidade de Cuidados Intensivos, os blocos operatórios, o recobro e o novo serviço de esterilização. Já o piso 1 será destinado, na sua totalidade, a um moderno serviço de internamento.
“O projeto, que representa um investimento de cerca de dez milhões de euros, vai dotar o Hospital de Sant’Ana de modernas infraestruturas, que respondem às atuais exigências que se impõem numa prática clínica de excelência, além de reunir as condições necessárias para a sua transformação num hospital polivalente, possibilitando o aumento do número de cirurgias, algumas em ambulatório – as operações em que os doentes têm alta, de preferência, no próprio dia – e o alargamento das especialidades para além da ortopedia”, explicou ao i a Diretora do Departamento de Gestão Imobiliária e Património da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Helena Canto Lucas.
Assim sendo, os serviços que estão agora no imponente edifício do hospital de Sant’Ana, visível da marginal que une Cascais a Lisboa, irão passar para este edifício mais moderno. Quanto ao destino das instalações mais antigas, a responsável adianta que estão “pensados” vários projetos. A Santa Casa prevê que esta obra esteja pronta em abril deste ano.
Uma curiosidade: no local onde está a ser construído o novo edifício existe um dragoeiro com dimensões extraordinárias. Foi considerada uma planta protegida e as obras tiveram de ter em conta o espaço que envolve esta árvore: o parque de estacionamento, por exemplo, teve de ser repensado para proteger esta obra da natureza, ímpar em Portugal.
Hospital da Estrela.Unidade de cuidados continuados integrados
Em breve, o antigo Hospital Militar da Estrela, adquirido pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, em julho de 2015, dará lugar a uma nova unidade de cuidados integrados, com capacidade de internamento de 78 utentes. A aquisição do edifício representou um investimento de 15 milhões de euros. O projeto “visa criar uma estrutura moderna e flexível que permita a sua adaptação contínua à procura qualitativa e quantitativa de cuidados de saúde, fiável e humanizada, onde a premissa do desenvolvimento tecnológico desempenha um papel fulcral”, dizem os responsáveis. Nesta obra está prevista a reformulação da cobertura, alterações na fachada – que será revestida com painéis de betão armado com fibra de vidro – e uma reconversão do espaço exterior, com circuitos pedonais e zonas verdes. O projeto visa melhorar a resposta não só adultos mas também a crianças, já que atualmente ainda só existe uma unidade dedicada aos mais novos a passar por doença grave e é no Norte. Em Lisboa,o projeto da Santa Casa da Misericórdia será pioneiro.