O primeiro-ministro russo Dmitry Medvedev descreveu a explosão de hoje, no metro de Sampetersburgo, como um “ataque terrorista”, e embora as equipas de investigação estejam a tratar o caso com base nessa linha de orientação, as autoridades russas não excluem outras possíveis explicações. A detonação de uma bomba numa carruagem do metropolitano, entre as estações de Sennaya Ploshchad e de Tekhnologichesky Institut, fez pelo menos dez mortos e mais de 40 feridos. Um segundo explosivo foi encontrado, mais tarde, numa outra estação da segunda maior cidade da Rússia, tendo sido imediatamente desativado.
De acordo com os primeiros relatos – o incidente aconteceu por volta das 14h30 (11h30 em Portugal continental) – pensava-se que teriam ocorrido duas explosões em simultâneo, mas as investigações levadas a cabo pela Comissão Nacional de Antiterrorismo, esclareceram que apenas se verificou uma detonação, na terceira carruagem de um comboio, oriunda de uma pasta abandonada. O condutor do veículo apercebeu-se imediatamente do ocorrido e dirigiu rapidamente o comboio para a estação mais próxima, a fim de facilitar a fuga e o salvamento das vítimas.
Foram várias as fotografias e vídeos publicados nas redes sociais, onde é possível ver uma carruagem fortemente danificada e vários corpos espalhados pelo chão da plataforma. Segundo a agência Tass, as vítimas são todas de nacionalidade russa. Sete pessoas morreram no local, uma na ambulância e outras duas já no hospital. Quatro outras pessoas foram ainda transportadas para hospitais da cidade.
Em declarações ao canal russo Rusia-24, um porta-voz das forças antiterroristas confirmou que desativação da segunda bomba, apetrechada com mais de 1 quilo de explosivos, ocorreu na estação de Ploshchad Vosstaniya, junto ao local onde chegam os comboios vindos de Moscovo. Todas as linhas de metro foram imediatamente encerradas e a rede metropolitana da capital russa, bem como os aeroportos e alguns espaços públicos mais movimentados, foram reforçados com elementos do exército.
A explosão no metro aconteceu no mesmo dia da presença de Vladimir Putin em Sampetersburgo, onde recebeu o presidente bielorrusso Alexander Lukashenko. Citado pelo “El País”, o líder russo não quis confirmar a tese de atentado e decretou três dias de luto nacional. “Ainda não se averiguaram as causas, por isso é muito cedo para se falar sobre as mesmas. Mas, evidentemente, examinaremos todas as possibilidades: desde o acidente, até ao crime de caráter terrorista”, explicou o presidente da Federação Russa.
Esta não foi a primeira vez que se verificaram explosões em transportes russos. Em 2009, milícias islamistas do norte do Cáucaso fizeram explodir uma bomba num comboio, também em Sampetersburgo, que matou 27 pessoas. No ano seguinte, dois bombistas suicidas mataram outras 38 pessoas no metro de Moscovo e em 2010 morreram 35 numa explosão no aeroporto moscovita de Domodedovo. Em 2013, vários homens-bomba atacaram diversas estações de comboio e de autocarro, em Volgogrado, e mataram outras 31 pessoas.