A população cristã copta do Egipto representa 9% da população do país, ou seja, aproximadamente sete milhões de pessoas. São uma comunidade muito antiga, que já teve a sua própria versão da Bíblia, a “Bíblia dos Egípcios”, que se pensa estar perdida para sempre. Por constituírem uma minoria religiosa estão sujeitos a todo o tipo de discriminações por parte da maioria da população egípcia (que professa o islão sunita), ocupando, por isso, e geralmente, a base do tecido social do país.
O Papa Francisco, para além de lamentar as mortes violentas dos cristãos, pediu que “(Deus) converta a coração das pessoas que semeiam o terror, a violência e a morte.” Todavia, é pouco provável que o apelo papal seja eficaz perante estes terroristas, cuja mentalidade está firmemente alicerçada na nossa idade média, em combates sagrados entre cristãos e muçulmanos. Para o daesh, o islão sunita é a única verdadeira religião, sendo todos os que seguem outras fés infiéis, podendo por isso ser massacrados. Aliás, é mesmo glorioso matá-los. Os seguidores do daesh estão empenhados, do seu próprio ponto de vista, numa guerra santa. E, se morrerem no decurso de uma missão, estão convictos que ascendem automaticamente ao paraíso, por matarem infiéis. Duvido seriamente que Deus recompense estes atentados, por violarem o quinto mandamento – não matarás – mas os terroristas do daesh têm convicções fortes, e danosas, se bem que estranhas para um ocidental do séc. XXI.
Nós, no ocidente, sabemos infelizmente o que é lutar contra grupos terroristas, e desmantelá-los. E o daesh não foge à regra. Apesar de por vezes ainda mostrar os dentes, no terreno, isto é, nas partes do Iraque e da Síria que controlava, recua em toda a linha. E não tenho a menor dúvida que mais cedo ou mais tarde vamos acabar com este bando de assassinos, como fizemos com tantos outros no passado. O emprenho existe, agora é só uma questão de tempo. E atentados como o de hoje só reforçam a nossa determinação em acabar com esse bando de assassinos.