Construção civil dá sinais de recuperação

O setor da construção tem estado a registar variações positivas que mostram ser sinais de recuperação. 

De acordo com os dados avançados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), o índice de produção neste setor aumentou 2% durante o mês de fevereiro, quando comparado com igual período do ano passado.

A verdade é que já no mês de janeiro tinham sido registados aumentos, o que significa uma trajetória favorável para o setor que, há 11 anos, não registava crescimentos em dois meses seguidos.

Na base da evolução está a construção de edifícios, onde foi registado um aumento de 2,2%. E tem sido este aumento da construção que tem gerado mais emprego neste setor: Em fevereiro, o índice de emprego cresceu 2,4% em termos homólogos.

Ainda assim, nem tudo é positivo. O setor continua longe de ser o que era e, de acordo com o INE, continua a existir o problema de as remunerações continuarem a cair: desceram 3,4%.

Ano começa com preocupações Os empresários queriam que 2016 fosse uma bolha de oxigénio, mas os resultados continuaram a penalizar o setor. A falta de alternativas e de liquidez pioraram ainda mais o cenário. A construção civil acabou então por viver em 2016 mais um ano de desespero. A esperança dos empresários era de que o setor começasse a melhorar, mas, em vez disso, o ano passado ficou marcado por mais uma queda, a nona consecutiva. Pior: pelas contas feitas pelos empresários do setor, melhorias a sério só em 2018.

Analisando o período entre 2007 e 2014, o total de pessoas a trabalhar na construção caiu de 527 mil para 276 mil, o que significa que, em apenas seis anos, o setor da construção ficou quase sem metade dos postos de trabalho que tinha.

Esta evolução reflete o impacto e a persistência da crise neste setor. Em janeiro deste ano, os dados do INE mostravam que o ano mais crítico dos últimos seis foi o de 2012, com uma queda de 15,5% no total do emprego. Lado a lado com a quebra no emprego está o desaparecimento de 45 mil empresas entre 2008 e 2013.