As autoridades alemãs emitiram um comunicado esta quinta-feira a informar que Abdul Beset A. manter-se-á sob custódia, na sequência das explosões de terça, junto ao autocarro que transportava a equipa de futebol do Borussia Dortmund, que provocaram dois feridos, incluindo o futebolista espanhol Marc Bartra.
O cidadão iraquiano de 25 anos foi apontado como um dos dois suspeitos do ataque – o outro é um alemão, de 28 anos – e foi ontem detido pela polícia. No entanto, a sua participação na colocação dos explosivos ainda está por provar. “A investigação ainda não logrou encontrar provas que demonstrem que o suspeito participou no atentado”, esclareceu o Ministério Público federal alemão, no comunicado, citado pelo “El País”.
Mesmo sem provas, a procuradoria fez um pedido de extensão da detenção de Beset, já que encontrou indícios que a levam a acreditar que o iraquiano tem ligações ao grupo terrorista Estado Islâmico. “As investigações indicam que [Beset] dirigiu um comando de 10 pessoas [no Iraque]. A sua unidade tinha como missão preparar sequestros, extorsões e assassinatos”, explica o Ministério Público.
De acordo com o inquérito realizado, o iraquiano terá ingressado numa célula iraquiana do grupo jihadista, em 2014. No início do ano seguinte viajou para a Turquia e em 2016 chegou à Alemanha.
As pistas parecem sugeri-lo e as equipas de investigação estão a analisar as explosões como um atentado terrorista, de índole islamista, mas não excluem quaisquer outras hipóteses. Para além das três cartas encontradas no local, cujo texto exigia a “retirada dos aviões alemães ‘Tornado’ da Síria” e o “encerramento” da base aérea norte-americana de Ramstein, situada na região sudoeste da Alemanha, foram ainda publicadas algumas mensagens na internet, que não permitem à polícia alemã fechar portas. Extremistas da extrema direita e da extrema-esquerda estão também a ser considerados na investigação.