Some-se a isto os meios de comunicação social maioritariamente controlados pelo governo, e o caldo está completo. A Rússia dos nossos dias é uma “estrutura vertical de poder”, tendo no topo Vladimir Putin. Este não esconde as suas ambições territoriais: anexou e Crimeia, e arma milícias no leste da Ucrânia, que já abateram um avião da Malaisyan Airlines, causando a morte dos mais de 300 passageiros e tripulação.
Não sendo uma democracia, a Rússia também não é um modelo de respeito pelos direitos humanos. Opositores políticos condenados a pesadas penas de prisão na Sibéria, jornalistas de investigação assassinadas, antigos agentes secretos envenenados e mortos no estrangeiro com material radioativo, os atropelos aos direitos humanos são constantes.
Se isto é a Rússia, a Tchetchénia é a Rússia elevada ao quadrado. Depois de duas guerras civis pela independência, que terminaram com a vitória das forças favoráveis à integração na federação russa, o presidente atual, Ramzan Kadyrov, controla esta república com mão de ferro, com a ajuda das suas milícias privadas
Foi agora reportado pelo jornal russo Novaya Gazeta, e por grupos de defesa dos direitos humanos, que as autoridades tchetchenas estão a criar campos de concentração para homossexuais, onde estes são presos, maltratados, e por vezes mortos. Putin, que cultiva uma imagem macho, não se importa, desde que a Tchetchénia esteja sob controle. Só me espanta que, com todas estas violações dos direitos humanos, ainda haja em Portugal quem queira fazer da Rússia o nosso aliado preferencial