Foi à custa de muito suor e muitos calafrios, mas o Real Madrid assegurou mesmo a passagem para as meias-finais da Liga dos Campeões. Valeram cinco golos de Cristiano Ronaldo – dois em Munique e três ontem -, mais outro de Asensio, e as 'defesas' de Marcelo, num verdadeiro jogo 'à Champions'. No fim, o 4-2 após prolongamento garantiu mesmo o apuramento dos merengues, depois do 1-2 conseguido na primeira mão.
Para já, eficácia extrema dos conjuntos espanhóis. É que, no outro jogo da noite, o Atlético de Madrid também celebrou a qualificação para a penúltima fase da competição, ao empatar (1-1) no terreno do Leicester – tinha ganho 1-0 em Espanha. O feito dos dois rivais de Madrid ganha ainda maior expressão tendo em conta o seu histórico recente na prova: esta é a terceira vez, nos últimos quatro anos, que Real e Atlético vão às meias-finais. Nas duas anteriores (2013/14 e 2015/16), foram mesmos os finalistas. Se o sorteio não os colocar agora frente a frente na próxima fase, a possibilidade de nova final madrilena é gigantesca.
barça ainda acredita Mas este não é um atestado de competência unicamente aos gigantes de Madrid. É-o, na verdade, ao futebol espanhol: é que desde 2009/10 que Espanha leva pelo menos duas equipas às meias-finais da Liga dos Campeões. Sete anos seguidos! O Real Madrid esteve sempre na equação, numa sequência que começou no reinado de José Mourinho – até 2010, recorde-se, os merengues somavam seis temporadas consecutivas a ser eliminados nos oitavos-de-final. Relembra-lhe alguma coisa, senhor Wenger?
Às duas presenças do Atlético de Madrid – agora três -, somam-se quatro do Barcelona, a compor este ramalhete glorioso para as cores espanholas. Barcelona que ainda sonha com uma reviravolta histórica esta noite, na receção à Juventus, depois da surpreendente derrota por 3-0 em Turim. Os blaugrana, como todos sabem, nunca se dão por vencidos – e já o demonstraram de forma cabal nesta edição da Champions, precisamente na eliminatória anterior, contra o Paris Saint-Germain: depois de perderem por incríveis 4-0 em Paris, marcaram… seis golos no Camp Nou, numa das mais extraordinárias – e polémicas – 'remontadas' de que há memória na história da prova. Se o conseguirem, imitam algo só alcançado por uma vez pelo país de 'nuestros hermanos': três equipas nas meias-finais. Sucedeu em 1999/00, com Barcelona, Valência e Real Madrid. Então, os ché eliminaram o Barça e marcaram encontro na final com o Real, que havia suplantado nas 'meias'… o Bayern.
árbitro traiu bayern O encontro no Santiago Bernabéu foi muito bom. Aberto, intenso, disputado até à exaustão, com muitas ocasiões de parte a parte. Logo aos nove minutos, Marcelo cortou em cima da linha um remate de Thiago Alcântara, com Navas já batido. Na recarga, Robben atirou ao lado. Aos 26’, Neuer tirou um golo a Carvajal e pouco depois foi um defesa alemão a tirar a bola em cima da linha após remate de Sergio Ramos, depois de um falhanço do guardião. Na segunda parte, outra vez Marcelo em cima da linha, agora a evitar um golo feito de Robben.
O golo bávaro acabaria mesmo por surgir, num penálti do regressado Lewandowski a castigar falta de Casemiro sobre Robben. O polaco teve mais duas perdidas e depois, aos 76’, apareceu… Ronaldo: de cabeça, o CR7 bateu Neuer após cruzamento perfeito de Casemiro. Só que, no lance seguinte, Sergio Ramos marcou na própria baliza e igualou a eliminatória. Pouco depois, Vidal viu o segundo amarelo, deixando o Bayern reduzido a dez – numa decisão errada do árbitro: nem havia falta! -, e o Real aproveitou a superioridade numérica para resolver o jogo no prolongamento. Com um golo irregular, refira-se: Ronaldo estava bastante adiantado na altura do passe de Sergio Ramos. Mas o golo, apontado aos 105’, contou. Depois, o Bayern entregou as armas, Ronaldo fez o hat-trick após jogada extraordinária de Marcelo e Asensio ainda marcou mais um. O Real está nas 'meias'.