Golfe. FPG representada na Comissão Internacional

Ana Gabin, que dirige os setores de Handicaps e Course Rating em Portugal e na Europa tem integrado os trabalhos liderados pela Federação norte-americana de golfe (USGA) e R&A (britãnico)

A portuguesa Ana Conceição Gabin integra a Comissão Técnica Conjunta da USGA (a Federação Norte-americana de Golfe) e do R&A (a entidade britânica que regula e regulamenta a modalidade em quase todo o Mundo), entidades que hoje anunciaram estar a desenvolver um Sistema Mundial de Handicaps (WHS), prometendo novidades para o final do ano.

Ana Conceição Gabin é a diretora de Handicaps e Course Rating da Federação Portuguesa de Golfe (FPG) e a presidente da Comissão de Handicaps e Course Rating da Associação Europeia de Golfe (EGA), sendo, por isso, considerada uma autoridade nesta matéria.

«Saliento o facto de termos uma representante portuguesa no WHS, a Ana Teresa Gabin, que tem vindo a afirmar-se no panorama mundial nesta área», frisou Miguel Franco de Sousa, o presidente da FPG, que aplaude a iniciativa das instâncias internacionais:

«É fundamental que o golfe se adapte aos tempos modernos, como já está a fazê-lo ao nível das regras de golfe e também dos formatos disponíveis. Os handicaps não podem ser exceção e ao vivermos num mundo cada vez mais global, é fundamental que se desenvolvam os mecanismos para que todos os jogadores sejam aferidos em função de critérios muito semelhantes. As entidades que gerem o golfe em todo mundo estão a fazer um bom trabalho na adaptação do golfe aos dias de hoje».

A notícia divulgada hoje pelo R&A e a USGA vem, na realidade, na sequência de dois meses antes terem anunciado a publicação de regras de golfe uniformes e universais, tornando a modalidade mais simples e atrativa. Também neste caso pretende-se revogar os seis sistemas diferentes de handicap que existem no mundo e unificá-los.

Ana Conceição Gabin concorda que faz «todo o sentido procurarmos caminhar em conjunto a nível mundial para o bem do desenvolvimento do golfe. A FPG acompanha com interesse e tranquilidade o processo de desenvolvimento do projeto. Temos uma equipa com experiência e dedicação e um programa coerente de gestão de handicaps, um ponto de partida sólido para desenvolvimentos futuros. A EGA tem um papel fundamental no projeto, auscultando as Federações Europeias e representado a Europa no desenvolvimento dos regulamentos de handicap».

Este processo foi mantido em segredo mas a primeira reunião teve lugar em 2011 e nos dois últimos anos tem-se intensificado. Existem atualmente seis sistemas de handicap oficiais implementados no mundo, o Sistema de Handicap EGA da Associação Europeia de Golfe, que usamos em Portugal, e ainda os sistemas de handicap CONGU (Grã-Bretanha e Irlanda), o da United States Golf Association, o da Golf Australia, o South Africa Handicap System e o da Associação Argentina de Golfe.

No total, abrangem um número superior a 15 milhões de jogadores com handicap em mais de 80 países (sem handicap o número de praticantes é muito superior). Estas seis instituições estão representadas na Comissão Técnica Conjunta da USGA e do R&A, contado ainda com a representação das Federações de Golfe do Japão e do Canadá.

O objetivo do projeto consiste em alcançar um conjunto de princípios e procedimentos que venham a ser aplicados em todo o Mundo. Tem-se levado em consideração as diferentes culturas de golfe, têm-se analisado os sistemas e as melhores práticas a nível de classificação de campos e de gestão de handicaps.

No fundo, como muito bem destaca o presidente da USGA, Mike Davis, «um dos aspetos maravilhosos que distingue o golfe das outras modalidades desportivas é jogadores de rendimentos diversos poderem defrontar-se a um nível equilibrado graças aos handicaps. Com um sistema global poderemos atribuir handicaps e classificar os campos de todo o Mundo de forma idêntica, derrubando barreiras e reduzindo as fronteiras».