Liga dos Campeões. É com futebol de ataque que se encanta a Europa

Aconteceu mesmo: o Mónaco voltou a vencer o Dortmund, em mais uma lição de futebol ofensivo, e está nas ‘meias’ da Champions pela primeira vez desde 2003/04. No Camp Nou não houve espaço para mais milagres: passou a Juve

Se dúvidas ainda houvesse sobre a força deste Mónaco, gizado e oleado pela mestria de Leonardo Jardim, as mesmas terão ficado finalmente dissipadas com a receção de ontem ao Borussia Dortmund. Fazendo tábua rasa do confortável resultado que trazia da primeira mão (venceu por 3-2 na Alemanha), o conjunto do Principado entrou a matar e aos três minutos já estava a ganhar! O autor do golo? Mbappé, pois claro. No 50º jogo pelo Mónaco, o menino de 18 anos marcou pelo quarto encontro consecutivo, tornando-se no mais jovem de sempre a chegar aos cinco golos na prova – superou Raúl, lendário avançado espanhol. O golo foi à ponta de lança, na recarga a uma bomba de Mendy defendida para a frente por Burki.

Estava aberto o “show Mónaco”. E nem foi preciso esperar sequer um quarto de hora para haver novo capítulo: aos 17’, Falcao respondeu “à Tigre” a um cruzamento perfeito de Lemar, aumentando para 2-0. Contou, porém, com a colaboração do central alemão Ginter, cuja oposição foi nula: limitou-se a observar o majestoso cabeceamento do renascido avançado colombiano, que ontem cumpriu o 50º jogo nas competições europeias.

Antes, já Bernardo Silva tinha visto Burki defender outro cabeceamento e Sahin havia deixado a baliza do Mónaco a tremer, com um livre direto que acertou direitinho na trave. Sofrido o segundo golo, Thomas Tuchel não hesitou em mexer, tirando o lateral Durm e lançando o veloz Dembelé, que acabaria por causar impacto no jogo logo a abrir a segunda parte: serpenteando pelo corredor direito, irrompeu pela área do Mónaco e assistiu Reus para o 2-1. Estava relançado o encontro.

Mas Jardim tinha mais um trunfo na manga, e esperou até ao minuto 81 para o lançar: Germain. Entrado para o lugar de Mbappé, o avançado francês marcou literalmente na primeira vez em que tocou na bola, com um toque por entre as pernas de Burki, depois de mais uma perda de bola de um defesa do Dortmund no seu meio-campo – no caso, Piszczek. Um golo que proporcionou uma imagem marcante: Leonardo Jardim, habitualmente muito pouco expansivo, a correr pela linha lateral para ir festejar com a equipa o 3-1 vitorioso. A última vez que se viu um treinador português fazer isso na Champions acabaria com a conquista da prova – lembram-se de Mourinho em Old Trafford em 2003/04?

Essa foi, precisamente, a última temporada em que o Mónaco chegou às meias-finais – acabaria por perder a final com o FC Porto (0-3). E Jardim é o segundo técnico luso a chegar às meias-finais do torneio no formato Champions – depois de Mourinho, claro. Não é coisa pouca.

 

juve altiva No Camp Nou é que não houve espaço para surpresas. O Barcelona tentou, é certo (17 remates), mas muito mal (apenas um à baliza de Buffon). A Juventus defendeu bem – claro – e até podia ter vencido na parte final, quando o Barça já estava todo descompensado. No fim, 0-0 e a Vecchia Signora em frente e sempre altiva.