O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que a economia mundial cresça 3,5% este ano e 3,6% em 2018. No ‘World Economic Outlook (WEO)’, publicado ontem, o FMI refere que estas previsões refletem “uma melhoria da atividade nas economias desenvolvidas mais rápida do que o esperado” e um crescimento “marginalmente mais fraco” nas economias em desenvolvimento este ano.
Apesar de ser mais fraco, serão os países emergentes e em desenvolvimento a puxar pelo mundo, uma vez que terão uma atividade económica “mais forte” – crescimento de 4,5% este ano e 4,8% no próximo – do que os países desenvolvidos.
O Fundo prevê que estes cresçam 2% em 2017 e em 2018, uma projeção 0,2% mais alta que a apresentada em outubro do ano passado e 0,1% acima da atualização, há três meses, das projeções de outono.
De acordo com a instituição liderada por Christine Lagarde, as previsões refletem “a recuperação cíclica que se espera para a indústria global” e também “um aumento da confiança”.
Na base destas previsões está “o reforço do crescimento na Índia”, que foi “parcialmente anulado pelo abrandamento gradual da economia chinesa”, e sublinha que as perspetivas de crescimento dos países emergentes e em desenvolvimento “continuam desiguais e, em geral, abaixo da média destas economias em 2000-2015”.
No entanto, esta é uma projeção “particularmente incerta”, tendo em conta “as potenciais mudanças de política da nova administração dos EUA e os seus efeitos de contágio globais”.
De acordo com as projeções do FMI, os EUA deverão crescer 2,3% este ano e 2,5% no próximo, o Japão deverá progredir 1,2% em 2017 e 0,6% em 2018, e o Reino Unido deverá avançar 2% este ano, mas desacelerar para os 1,5% no próximo. O Canadá deverá crescer 1,9% em 2017 e 2% em 2018.
Riscos Olhando para o longo prazo, o FMI espera que até 2022 a atividade económica mundial “aumente marginalmente”, estando a crescer 3,8% nesse ano, um crescimento que se “deverá inteiramente às economias emergentes em desenvolvimento”.
O FMI prevê que os países emergentes e em vias de desenvolvimento cresçam 5% em 2022 e os desenvolvidos 1,7%.
A instituição com sede em Washington considera que há vários riscos a médio prazo, tendo em conta “a incerteza generalizada em relação às políticas” e também porque as medidas previstas nos EUA e na China “vão ter de ser revertidas para evitar uma dinâmica orçamental insustentável”.
O FMI identifica potenciais fatores de risco na vertente financeira e não financeira. Na primeira variante aponta a adoção de políticas protecionistas, uma “reversão agressiva” da regulação financeira que pode estimular a tomada excessiva de riscos e “aumentar a probabilidade de crises financeiras futuras”.
Como fatores não financeiros, o FMI destaca as tensões geopolíticas, a fraca governança, a corrupção, os eventos climáticos extremos e o terrorismo.