O jogo deste domingo entre o Freamunde e o Penafiel já está a ser investigado pela Polícia Judiciária, por suspeitas de viciação de resultado. Os penafidelenses venceram por 2-1 – impedindo assim o Aves de festejar desde já a subida à I Liga -, mas a arbitragem de Hélder Malheiro foi muito contestada: invalidou três golos à equipa da casa, com os dirigentes do Freamunde a queixarem-se também de duas grandes penalidades que terão ficado por assinalar.
No fim do encontro, a GNR identificou várias pessoas, incluindo a equipa de arbitragem. Uma intervenção justificada pelo presidente do Freamunde com suspeitas relacionadas com apostas. "No final do jogo de hoje, uma senhora, que, pelos vistos, é ‘coaching' de jogadores, embora não a conheça, pediu para falar comigo e mostrou-me umas mensagens que teria recebido no telemóvel antes do encontro, com o resultado exato verificado ao intervalo e no final do mesmo. Perante a gravidade dos factos, disse-lhe que já não a podia deixar sair e liguei de imediato para a Polícia Judiciária (PJ). Na PJ disseram-me que não tinham nenhum inspetor no piquete da corrupção e remeteram o processo de identificação para as forças da autoridade presentes ao jogo, e, além da senhora, a quem fizeram ainda um termo de leitura de mensagens, foi identificada toda a equipa de arbitragem", explicou Miguel Azevedo Brandão, líder do clube de Freamunde, que luta pela permanência na II Liga.
"A única suspeita é que, a dada altura do jogo, a "odd" do Penafiel estava a sete, conforme uma captura de ecrã recolhida para prova pela GNR, quando o normal era o Penafiel, bem melhor classificado, pudesse ganhar em Freamunde, que luta para não descer. O único comentário que tudo isto me merece é que a serem verdade estas suspeitas, quando já é mau haver suspeitas, o futebol português está doente. Estou triste pelo futebol, mas muito tranquilo, e a única coisa que se pretende é que as autoridades investiguem e seja apurada a verdade", completou o dirigente.
Entretanto, a Liga emitiu um comunicado, onde disse lamentar "profundamente a suspeita levantada" mas confiar "nas autoridades e na punição de todos os prevaricadores", bem como "na isenção e integridade dos jogadores, treinadores, dirigentes e árbitros das suas competições". "Qualquer suspeita tem de ter provas concretas na base, sob pena de colocar em causa o bom nome dos intérpretes e da própria competição. É necessário que todos os intervenientes não percam o respeito pelos adversários, pelos árbitros e pela competição", pode ler-se ainda na nota do organismo que regula o futebol profissional em Portugal.