O plano da administração da companhia aérea italiana, detida em 49% pela Etihad Airways, previa a extinção de 2.437 empregos entre os 12 mil trabalhadores e reduções nos salários de 28% para os pilotos e 32% para as hospedeiras e comissários de bordo.
A equipa de gestão da Alitalia "lamenta" a rejeição do plano, que tinha como objetivo dar a possibilidade de a empresa manter os seus investimentos e operações, e revela que o pedido de insolvência – que implica a nomeação de uma administração judicial – vai ser discutido numa reunião marcada para quinta-feira.
A Alitalia tem vindo a apresentar prejuízos há vários anos e já executou diversas reestruturações, mas tem sido incapaz de competir com as companhias aéreas 'low cost' na Europa. Apesar da entrada da Etihad Airways (dos Emirados Árabes Unidos) a companhia de bandeira italiana ainda não conseguiu recuperar a saúde financeira.
Caso o pedido de insolvência se confirme, tal implicará muito provavelmente o fecho das rotas que dão prejuízos (a maioria ao nível doméstico) e a venda de aeronaves para pagar aos credores.
O plano de reestruturação havia sido apresentado há um mês e logo na altura a administração revelara que "financiamento do plano pelos acionistas da companhia estava sujeito à aceitação pelos sindicatos de um novo acordo coletivo de trabalho e medidas relativas ao pessoal".
Depois do chumbo do plano, o secretário-geral do sindicato Fit-Cisl, citado pelo ‘The Independent’ disse que “a raiva dos trabalhadores venceu". Antonio Pires acrescentou que o plano, acordado previamente com os sindicatos, foi chumbado por dois terços dos trabalhadores.
O jornal britânico, citando fontes anónimas, noticiou que a Alitalia teve lucros poucas vezes ao longo de sete décadas de vida e perde quase 500 mil euros por dia.
Segundo o também inglês ‘Financial Times’, a Alitalia precisa de uma injeção de cerca de 900 milhões de euros já nos próximos dias e do encaixe de mais dois mil milhões de euros para recuperar a estabilidade financeira no curto prazo.