EUA. Dupla execução pela primeira vez desde 2000

Estado de Arkansas acelera execuções depois de descobrir que as suas reservas da droga letal expiram no final do mês

Pela primeira vez em 17 anos foram executados dois condenados à morte nos Estados Unidos, no mesmo dia. Condenados à morte desde a década de 90, Jack Jones e Marcel Williams morreram na segunda-feira à noite, vítimas da à aplicação da injeção letal, no Arkansas.

Depois de quase 12 anos sem infligir a pena máxima, aquele estado norte-americano já executou três pessoas em menos de uma semana – Ledell Lee recebeu a injeção na passada quinta-feira. Tudo porque se descobriu recentemente que as reservas de midazolam, a droga utilizada para as injeções letais, expiram no final deste mês de abril. Para além de Lee, Jones e Williams, outros cinco condenados deverão ser executados nos próximos dias. 

A decisão das autoridades federais do Arkansas de executar oito pessoas num tão curto espaço de tempo tem merecido inúmeras críticas das organizações de direitos humanos. Erika Guevara Rosas, diretora da Amnistia Internacional para as Américas, criticou o “tapete rolante da morte” concebido por aquele estado, pouco tempo depois de o relatório anual da Aministia sobre a aplicação da pena de morte, em todo o mundo, ter destacado a ausência dos EUA dos cinco primeiros lugares da lista, pela primeira vez desde 2006, com 20 execuções em 2016.

“A agenda apertada destas execuções não tem precedentes na história moderna dos EUA. Apenas quatro meses depois de terem registado o seu número mais baixo de execuções num quatro de século, o Arkansas está a preparar-se para sacudir esta tendência positiva por causa de uma corrida vergonhosa contra o prazo de validade de uma droga”, lamentou Guevara Rosas, em declarações reproduzidas no site da organização. 

As dupla execução de Williams e Jones – o primeiro condenado à pena máxima em 1994, pela violação e homicídio de uma mulher de 22 anos que tinha sequestrado e o segundo por crimes semelhantes, em 1995, e ainda por tentativa de homicídio – aumenta para nove o número de cidadãos que receberam a pena máxima nos EUA, neste ano. Para além do Arkansas (três pessoas), Texas (4), Missouri (1) e Virginia (1) também efetivaram a pena de morte nos primeiros meses de 2017. A Amnistia calcula que mais de 2800 americanos ainda se encontram no chamado “corredor da morte”.

Acima dos Estados Unidos, no número de execuções feitas em 2016, estão a Somália (28 execuções), o Egipto (44), o Paquistão (87,) o Iraque (88), a Arábia Saudita (154), o Irão (567) e a China (cerca de 1000).

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