Cristas confronta Costa com “despesas debaixo do tapete” no SNS

Assunção Cristas trouxe hoje ao debate quinzenal a questão da dívida dos hospitais

A líder do CDS acusa o Governo de estar a dar ordens aos hospitais para esconder dívidas. António Costa nega.

"Os hospitais aquilo que fazem é pedir dispositivos médicos à consignação, sem emitir uma nota de encomenda, sem que isso gere dívida", apontou Assunção Cristas, que quis saber "qual é o montante da dívida que está a ser escondida e sonegada no SNS".

António Costa não revelou valores, mas voltou assegurou que "é verdade que em fevereiro houve um aumento das notas de crédito, mas a situação foi normalizada em março". E recusou a ideia de que esteja a aumentar a dívida na Saúde, assegurando que o valor no final deste ano será idêntico ao verificado no ano anterior.

Aquilo de que o primeiro-ministro preferiu falar foi do défice e dos bons números que foram hoje revelados. 

"O défice este ano baixou mais 290 milhões de euros relativamente a idêntico período do ano passado

e o saldo primário cresceu 280 milhões relativamente ao primeiro trimestre do ano passado", notou o primeiro-ministro, que recusa a ideia de que as cativações sejam um expediente para fazer cortes.

"A dívida não financeira das administrações públicas, incluindo os atrasos de pagamentos, reduziu-se em 350 milhões de euros relativamente ao ano passado", frisou o primeiro-ministro, defendendo que "a cativação é um instrumento essencial para uma boa gestão orçamental".

"Cativações transformam-se em cortes, cortes cegos, despesa congelada", respondeu Cristas.

"Eu agora começo a perceber por que é que em quatro anos não conseguiram nunca cumprir um Orçamento", ironizou Costa na reação, lembrando que o anterior Governo "também teve cativações e elas também foram cumpridas, o que não foram cumpridas foram as metas orçamentais".

"Durante os quatro anos em que foi ministra nunca houve menos de 500 milhões de euros em cativações, a somar ao retificativo e ao incumprimento do défice", frisou Costa.

"Há uma palavra que nos separa: é transparência", contrapôs Assunção Cristas, que acusa o atual Governo de pôr "a despesa debaixo dos tapetes".