Uma candidata do extremo-direita e um soberanista. O derrotado Nicolas Dupont-Aignan, que conseguiu apenas 4,7% dos votos na primeira volta das presidenciais francesas declarou o seu apoio a Marine Le Pen na sexta-feira e, este sábado, a candidata da Frente Nacional declarou que, em caso de vitória, o nomeará como o seu primeiro-ministro.
O acordo foi selado ainda na sexta-feira, segundo afirmou o próprio Nicolas Dupont-Aignan, ao anunciar que, apesar de se ter reivindicado um gaulista ao longo da campanha, não podia apoiar Emmanuel Macron na segunda volta. “Macron é um Hollande vezes dez”, afirmou, “construído pelos interesses financeiros e os media.”
Dupont-Aignan concorreu este ano pela segunda vez à presidência com uma plataforma que dizia ser um meio-caminho entre o programa de Marine Le Pen e François Fillon, o candidato gaulista dos Les Republicains. Identificou-se como um “soberanista”, defendendo cortes na imigração, uma política protecionista e um reforço nas medidas securitárias.
Os partidos do centro político francês acusavam-no este sábado de “traição”, como escreve no Twitter Manuel Valls, ex-primeiro-ministro de François Hollande, que não conseguiu vencer as primárias no Partido Socialista. Da sua parte, Macron apelou a uma aliança contra a “direita reacionária, nacionalista e antieuropeia” que se forma em França.