Uma manifestação da CGTP tornou a ser coisa mais rara e o povo juntou-se para ver – e participar.
Bandeiras da república, cravos de Abril ainda rubros da semana passada, Bloco de Esquerda, Partido Comunista Português e megafones – mas em festejo, não em protesto contra um governo. Afinal de contas, já nem é a direita a governar.
Na Alameda D. Afonso Henriques, em Lisboa, a grande central sindical concentrou-se para ouvir o seu secretário-geral, Arménio Carlos. Diante da Fonte Luminosa em que Mário Soares disse, noutros tempos, cobras e lagartos sobre o comunismo e seus seguidores, Arménio Carlos proclamou a crise do capitalismo e os crimes do imperialismo norte-americano.
Nada de novo, portanto. Nem mesmo o namoro da coordenadora do Bloco, Catarina Martins, com os sindicatos, sempre respeitando o PCP. No fim, Catarina levou um beijinho de Arménio Carlos. E foram todos felizes, trabalhadores e contentes para casa.