Nos Estados Unidos da América, os millennials são a geração com maior número de doentes com depressão. A Organização Mundial da Saúde alertava, em 2016, para o facto de o suicídio ser a segunda principal causa de morte de jovens entre os 15 e os 29 anos. As causas das doenças mentais são sempre indeterminadas, difíceis de enumerar. Cada indivíduo é diferente, mas muitos deles é na internet que lançam os pedidos de ajuda.O que levará a geração i a sofrer desta forma? A instabilidade pode ser uma das respostas
"Suponho que tudo começou quando a minha mãe morreu, quatro dias depois do meu 18º aniversário. A partir daí, tudo seria mais difícil para mim, para o meu pai e para o meu irmão. Seguiu-se o fim da mais intensa e íntima relação que tive, tendo sido trocado por outra pessoa. Isolei-me completamente de toda gente e desenvolvi ansiedade social que resultou em tentativas falhadas de entrar no curso para o qual andava há anos a estudar. Como a minha família atravessava imensos problemas financeiros, tive que passar o ano seguinte a trabalhar numa fábrica. Detestava aquele trabalho, senti que tinha perdido todo o sentido na minha vida. Tinha um trabalho de cão numa fábrica de metais rodeado de pessoas em média acima dos 40 anos. Sentia-me uma alma perdida no fim do mundo, queria todos os dias que o pesadelo terminasse.
Tomei mais tarde uma decisão que achei que poderia mudar a minha vida, fiz uma espécie de “ultimato” à minha família e tive que lhes virar as costas para tentar seguir os estudos numa universidade. Acabei por abandonar a minha família e vim viver com um amigo para Aveiro. Infelizmente, as minhas expectativas não corresponderam à realidade. Encontrava-me igualmente perdido, sem motivação nem ambição. Episódios depressivos continuaram a afetar-me, sentia que não valia nada. A nova namorada fartou-se e também me abandonou. A ansiedade social voltou em força, sinto-me impotente. A médica de família finalmente decide passar-me para especialistas após lhe revelar pensamentos suicidas constantes, apesar da medicação que tomo. Neste momento encontro-me à espera de consulta com os especialistas, após cinco anos de crises de ansiedade e depressão."
Roberto, 25 anos, Porto