A atribuição de licenças de táxi não está a acompanhar o crescimento do turismo. Esta é uma das conclusões do estudo realizado pela Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT) ao alertar para a existência de 1081 vagas por utilizar, das quais mais de 200 pertencem à Área Metropolitana de Lisboa. Feitas as contas, representam 7% do total contingente autorizado.
Em agosto de 2016 existiam em Portugal 13.776 táxis licenciados, o que corresponde a 1,33 táxis por cada mil residentes. Dos táxis existentes, mais de 30% estão nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto.
E, de acordo com o documento, os números falam por si: a oferta está praticamente estagnada, cresceu menos de 1% nos últimos dez anos, apesar de o número de dormidas de não residentes ter crescido cerca de 40%.
Só em Lisboa, o número de dormidas subiu 74%, o que mais do compensou a perda de 9% na população residente. No Porto, a subida de dormidas disparou 121% na última década. No caso de Lisboa, o número de táxis por mil dormidas desceu de 0,60 para 0,35, enquanto no Porto esse indicador caiu mais de metade de 0,54 para 0,24. Isto apesar de na capital terem sido concedidas mais 56 licenças de táxis.
Além de Lisboa e Porto, Funchal, Cascais e Ponta Delgada são os concelhos com maior número de táxis licenciados. Em sentido oposto estão os concelhos com menor número de veículos de transporte de passageiros: Vidigueira, Corvo (Açores) e Constância (com três táxis cada um), Mourão e Alvito (com dois) e Barrancos (um táxi).
Os dados revelam uma “disparidade considerável” entre concelhos no número de táxis licenciados, bem como a prevalência de concelhos com um reduzido número de táxis, alerta a ATM.