Praticamente todas as sondagens apontam para a vitória de Emmanuel Macron sobre Marine Le Pen, nas eleições presidenciais deste domingo. O estudo OpinionWay, por exemplo, sugere que o centrista lidera sobre a candidata da extrema-direita com 62% contra 38%.
Mas na memória de todos ainda estão bem frescos os resultados do referendo britânico à União Europeia, realizado em junho do ano passado, e das eleições presidenciais dos Estados Unidos, de novembro. A decisão do Reino Unido pelo Brexit e a opção dos norte-americanos por Donald Trump – aliadas a um afastamento genérico, dos eleitores das democracias ocidentais, dos partidos e candidatos ditos tradicionais – transportaram para cima das empresas de sondagens uma nuvem negra de desconfiança e, com isso, trouxeram ainda mais dúvidas na hora de apontar os vencedores dos diversos atos eleitorais europeus ocorridos em 2017.
No meio deste jogo de incerteza, o “El País” decidiu então conceber um modelo estatístico para calcular as probabilidades dos dois concorrentes ao Palácio do Eliseu. Através das respostas de 110 participantes – que sugerem uma vantagem do candidato independente de 22 a 23 pontos percentuais sobre Le Pen – o modelo levou a cabo 15 mil simulações, e chegou à seguinte conclusão: Marine tem apenas 2% de hipóteses de ser eleita a próxima presidente de França, ao passo que Macron leva os restantes 98%.
Tendo em consideração uma margem de erro de 2 a 3 pontos e admitindo até que tal desfasamento possa chegar a uns improváveis 7 pontos, o jornal espanhol refere que até nas vésperas do referendo britânico e das eleições norte-americanas, as previsões eram mais favoráveis, pelo que conclui que Le Pen necessita de uma reviravolta milagrosa para sair vencedora da eleição de hoje