Como é Francisco na intimidade?
Muito sensível, muito simples, um homem de Evangelho. Quando me escreve um email começa sempre com ‘querido irmão’. É fraterno e é essa fraternidade que lhe permite, de maneira espontânea, chegar a todos. E é essa capacidade de diálogo e de abertura que o mundo precisa hoje como modelo de um grande líder.
Desde que chegou a Fátima, já recebeu um email de Francisco…
Sim, precisamente quando estava a chegar aqui à sala de imprensa recebi uma mensagem a pedir-me o email de um sacerdote. Na segunda-feira tinha estado com ele em sua casa, em Santa Marta, a conversar. Levei-lhe algumas cartas e uma delas era de um sacerdote mas não tinha lá o contacto para resposta. O Papa pediu-me o email. Esta manhã (ontem) já recebi a mensagem do sacerdote a dizer que o Papa lhe tinha respondido.
Francisco não para?
Não. Dizia-me há tempos um jornalista amigo de Espanha que não conseguiria vir a esta viagem do Papa por não ter força para seguir este ritmo. E o Papa vai fazer 81 anos. Mas na segunda-feira encontrei-o de muito boa saúde, muito forte, muito lúcido, com um olhar muito aberto e com muito sentido humor.
Falaram de Fátima?
Sim. Era 8 de maio, dia da Nossa Sra. de Lújan, padroeira da Argentina. Rezámos juntos pela viagem a Fátima.
Que mensagem é que ele irá trazer?
Ele tem reiterado que vem depositar aos pés da Virgem uma mensagem de paz para o mundo. No dia 24 de maio Francisco vai reunir-se com Donald Trump e, de uma forma clara, tem dito que não consegue entender como é que pode falar de uma ‘mãe de todas as bombas’, como fez Trump. Penso que isto marca a forma como se relaciona com o poder e como devemos posicionar-nos e seguir uma mãe que não é uma bomba mas que acolhe com carinho todo o mundo.