A agência de notação financeira prevê um crescimento do PIB de 1,7% este ano e 1,4% em 2018, abaixo das estimativas do Governo que apontam para um crescimento da economia de 1,9% no próximo ano.
Já o défice deverá piorar para 2% do PIB em 2018, o que compara com os 1% previstos pelo Executivo de António Costa. A Moody's sinaliza porém o elevado nível de dívida pública, prevendo que esta cairá de forma gradual para se fixar em perto de 125% do PIB em 2020.
A agência de notação financeira norte-americana continua a manter o rating da dívida portuguesa na categoria de "lixo" (Ba1) e diz que a redução da dívida e as perspetivas de crescimento a longo prazo são os maiores desafios para Portugal.
“O rácio da dívida pública bruta de Portugal continua a ser um dos mais elevados da UE e o mais elevado no espaço Ba1”, afirma Evan Wohlmann, analista sénior da Moody’s numa nota da agência.
No cenário base da Moody's, o rácio dívida sobre o Produto Interno Bruto (PIB) diminuirá, suportado por um superávit primário médio de 2,3% nos próximos dois anos e um crescimento nominal moderado do PIB continuará a ser de cerca de 125% do PIB em 2020.
Já no que toca ao défice, depois de melhorar para 1,8% do PIB este ano a Moody's "prevê que o défice das administrações públicas de Portugal se deteriore ligeiramente em 2018 para 2% do PIB, em comparação com um défice de 1% previsto para o próximo ano pelas autoridades portuguesas".
A agência prevê um "crescimento mais moderado e forte nas despesas” mas considera que, no entanto, “o défice permanecerá abaixo do limiar de Maastricht de 3% estabelecido pela Comissão Europeia".
A agência estima que a recuperação económica portuguesa vai continuar, “com um aumento do produto interno bruto (PIB) para 1,7% em 2017, antes abrandar para 1,4% em 2018″.
Segundo a Moody’s, Portugal continua com picos de crescimento de curto prazo e as perspetivas de crescimento no longo prazo continuam “moderadas” devido à elevada “persistência de elevados níveis de endividamento do setor privado, agravados pela fraqueza do setor bancário”.
Ainda assim, a classificação da dívida portuguesa poderá ser aumentada se a consolidação orçamental e a redução da dívida acelerarem acima das expetativas. "Um crescimento económico mais forte também seria benéfico para a notação", diz a Moody’s.
Pelo contrário, o rating poderia ser penalizado se houvesse sinais de que o compromisso do Governo com a consolidação orçamental e com a redução da dívida diminuiu, ou se "políticas orçamentais prudentes" ficassem sem apoio político.
"Isto colocaria em risco a sustentabilidade da tendência da dívida pública", acrescenta a agência de notação financeira.