Os vistos gold atribuídos a cidadãos de nacionalidade chinesa valeram a Portugal quase 160 milhões de euros em investimento. Estes são valores relativos ao primeiro trimestre do ano, mas que acompanham uma tendência que faz já da China o país líder na concessão de vistos gold, tendo já Portugal atribuído um total de 3326, dos quais 276 de Janeiro a Março.
No total, desde 2013, o primeiro ano efetivo do programa dos vistos dourados (que tinha sido lançado em 08 de outubro de 2012), a China investiu 1,9 mil milhões de euros. E se no primeiro ano o investimento se ficou pelos 229 milhões de euros, o pico deu-se em 2014, quando o valor ascendeu a mais de 10 milhões de euros, o que corresponde à atribuição de 1235 de ARI – Autorização de Residência para a atividade de Investimento. Em 2015, o investimento chinês diminuiu para 327 milhões de euros (573 vistos atribuídos], registando uma recuperação no ano passado, para perto dos 490 milhões de euros (848 vistos).
Brasil em segundo Logo a seguir à China, é o Brasil que surge nesta lista de investimento. O país investiu 127 milhões de euros no primeiro trimestre em vistos ‘gold’, um montante superior ao registado em todo o ano de 2016, de acordo com os dados do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), divulgados pela Lusa. O investimento proveniente de cidadãos brasileiros totalizou 127.372.449,48 euros, mais 8% do que em todo o ano passado.
Em 2016, Portugal captou 117.795.095,93 euros com a concessão de 142 vistos dourados do Brasil, ano em que o investimento brasileiro mais do que triplicou face a 2015.
Em termos acumulados, o investimento brasileiro ascende a 335.563.768,25 euros até final de março, num total de 403 vistos.
No geral a China lidera a lista de autorizações de residência atribuídas (3376 até abril), seguida do Brasil (403), África do Sul (180), Rússia (173) e Líbano (99).
Governo muda vistos gold A semana passada, o govero alterou as regras dos vistos gold, de maneira a atrair investimento para as Pequenas e Médias Empresas (PME). Assim, reduz-se o o valor necessário de investimento em pequenas e médias empresas (PME) para obtenção de autorização de residência a estrangeiros. Deste modo, atrai-se investidores para estas empresas, em vez de ser algo quase exclusivo para o ramo imobiliário.
Na prática, o investimento necessário nas empresas para em troca conseguir um visto gold passa a ser inferior aos 500 mil euros obrigatórios para a compra de imóveis.
De acordo com a ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, pretende-se que estes vistos sejam também concedidos a estrangeiros que invistam “350.000 euros para a criação de empresas portuguesas ou o reforço do capital de empresas portuguesas desde que criem ou mantenham cinco postos de trabalho permanentes”.
“O Governo tem a perfeita noção que 99% do investimento que atraímos em sede deste programa de autorizações de residência para investimento é canalizado única e exclusivamente para aquisição de imóveis”, respondeu aos jornalistas, no final da última reunião do Conselho de Ministros.