EMEL. Receitas chegaram quase aos 31 milhões no ano passado

Estacionamento ultrapassou os 21 milhões de receitas, enquanto os bloqueios e as contraordenações superaram os 5,5 milhões. Em 2016 foram emitidos 451 mil avisos e denúncias e feitos 44 mil desbloqueamentos e quase 10 mil remoções

A EMEL fechou o ano de 2016 com receitas de quase 31 milhões de euros, incluindo estacionamento e coimas. Este valor representa um aumento de 3,5% face ao valor registado no ano anterior, revela a empresa no relatório e contas a que o i teve acesso. Durante esse ano foram emitidos 451 mil avisos e denúncias, foram feitos 44 mil desbloqueamentos e quase 10 mil remoções.

A grande fatia das receitas provém do estacionamento ao ultrapassar os 21 milhões de euros – dos quais 18 milhões da via pública e mais de 3,5 milhões de parques. Já com os dísticos de residentes, a empresa de estacionamento arrecadou 1,8 milhões de euros no ano passado.

Também os bloqueios e remoções, assim como as contraordenações, permitiram engordar as receitas da EMEL ao atingir os 5,5 milhões de euros. Mas, ao contrário dos anos anos anteriores, assistiu-se a um decréscimo. As receitas com bloqueios e remoções recuaram 3,6% face a 2015, totalizando os 3,7 milhões de euros. Já as contraordenações rondaram 1,8 milhões de euros em 2016, o que representou uma queda de 15,6% face a igual período do ano passado.

De acordo com a empresa, “no ano passado verificou-se uma diminuição global da taxa de incumprimento e, ao mesmo tempo, assistiu-se a um crescimento da ocupação do estacionamento na via pública por viaturas com dístico de residente”. De acordo com os dados que foram dados ao i e que já contabilizam 2017, há um total de 67 mil dísticos – ou seja, um valor superior ao número de estacionamentos geridos pela EMEL.

Aliás, segundo a empresa, o volume de dísticos concedidos tem vindo a subir nos últimos anos. Entre 2012 e 2016, o volume de dísticos concedidos aumentou a uma taxa média superior a 9% ao ano. “No mesmo período, o número de lugares sob gestão da empresa aumentou a uma taxa média anual de 5,7%, portanto, muito abaixo dos 9,3% de crescimento dos dísticos”, salienta o documento a que o i teve acesso.

“Na fiscalização em equipa, que integra as funções de bloqueamento e desbloqueamento/remoção, assistiu-se a uma queda superior a 6% no número de remoções, enquanto a atividade das equipas de bloqueadores cresceu mais de 2,5%”, diz a empresa. Também o tempo de espera melhorou e, no último semestre de 2016, o tempo médio de desbloqueamento foi de 28 minutos para a totalidade das ações de desbloqueio.

A EMEL conta atualmente com 500 trabalhadores, dos quais 224 são agentes de fiscalização de estacionamento.

Novos lugares 

O ano passado ficou marcado pelo reforço de novos lugares. A EMEL submeteu à aprovação da Câmara Municipal de Lisboa (CML) novas propostas, tendo sido aprovados um total de 8244 lugares, dos quais 3984 foram, ao longo do ano, considerados aptos para implementação. Dos restantes, no final de 2016, 1677 aguardavam decisão das respetivas juntas de freguesia ou obras a de-senvolver pela autarquia, e 2583 careciam de algum tipo de equipamento, embora dispondo já de sinalização horizontal.

Dos lugares em condições de implementação, a EMEL conseguiu abrir à exploração 2732, em 2016, nas zonas de estacionamento de duração limitada (ZEDL). Já nos primeiros dois meses de 2017 foram abertos à exploração mais 1068 lugares. Os lugares abertos em 2016 distribuem-se todos por ZEDL já concessionadas, seja por reativação e fecho de algumas zonas ou por expansão de outras já em exploração.

No entanto, do total de novos lugares disponibilizados, apenas nove se situam em eixos vermelhos. “Esta circunstância está em linha com a estratégia de expansão que prevê que as novas zonas a abrir se encontrem, tendencialmente, inseridas na coroa verde, com a atividade da empresa a centrar-se no alargamento do ordenamento do estacionamento para a periferia da cidade”, revela a empresa.

Já nas zonas de acesso automóvel condicionado (ZAAC) não foi desenvolvida nenhuma ação de expansão da oferta de lugares, com o maior movimento a refletir-se na perda de dez lugares no Bairro Alto.

Vandalismo

A EMEL, no seu relatório e contas, também chamou a atenção para as avarias dos equipamentos. Apesar de reconhecer a idade e o desgaste natural do equipamento, a empresa lembra que há outro fator “com forte influência sobre a operacionalidade dos parquímetros e, assim, sobre o volume de avarias registadas: os atos de vandalismo”, acrescentando que “este é um problema com o qual a EMEL sempre se confrontou e, apesar de conseguir mitigar os seus impactos, a verdade é que eles existem”, refere.

Daí a equipa de manutenção de parquímetros ter realizado no passado mais de 191 visitas aos equipamentos – deste volume de visitas, 40 098 correspondem a anomalias e 150 951 a verificações. Este número de avarias registadas representou um aumento de quase 23% face ao observado em 2015, em que o maior alvo foi o eixo central.