Manchester. Polícia procura fugitivos e detém mais duas pessoas

Rede dá sinais de ser vasta, mas autoridades estão confiantes de que pode ser capturada na totalidade em breve.

As autoridades britânicas continuavam esta quinta-feira no encalço da rede que parece ter ajudado Salman Abedi a cometer o atentado com que na segunda-feira matou 22 pessoas em Manchester. Mais duas pessoas foram esta quinta detidas, elevando para oito o número de suspeitos na mão da polícia britânica – uma mulher foi entretanto libertada. Os investigadores afirmam que estão prestes a capturar a rede, mas acredita-se que há suspeitos a monte e que ainda não se encontraram os materiais utilizados para construir o colete de explosivos.

“As capturas têm sido significativas e as buscas iniciais nas localizações deram-nos objetos que acreditamos serem importantes”, anunciou esta quinta-feira o chefe da polícia de Manchester, Ian Hopkins, que tem sido a cara das operações antiterrorismo dos últimos dias. Apesar dos desenvolvimentos, que incluíram várias rusgas utilizando material explosivo, o nível de alerta em solo britânico continua a ser “crítico”, sugerindo que um atentado terrorista pode estar “iminente”.

Abedi, revelou-se esta quinta, esteve em Düsseldorf antes do ataque, de onde voou para o Reino Unido na quinta-feira da última semana. A descoberta fez com que autoridades britânicas e alemãs concentrem agora as atenções sobre os vários círculos radicais identificados na cidade – foi em Düsseldorf que Anis Amri também passou uma temporada antes de se lançar num carro contra um mercado de natal em berlim, matando 11 pessoas. Mas não é certo ainda quanto tempo Abedi passou na cidade alemã ou se existe alguma ligação entre a sua estadia e o atentado. 

As autoridades confirmaram também esta quinta-feira que os dois familiares do bombista detidos quarta-feira em Tripoli foram o seu pai e irmão, embora só este último parecesse estar a par dos planos de Abedi para a Manchester Arena – estas informações partem da polícia líbia, segundo quem Hashem estaria prestes a levar a cabo um atentado da sua própria autoria em Tripoli, igualmente em nome do grupo Estado Islâmico.

Em paralelo à investigação, a polícia britânica decidiu esta quinta deixar de partilhar informações com as autoridades norte-americanas, fonte de recentes fugas de dados para a imprensa, em especial, na quarta-feira, para o “New York Times”, que publicou várias fotografias forenses do colete suicida. Theresa May comunicou as queixas a Donald Trump, em Bruxelas, que, por sua vez, convocou uma investigação às fugas para a imprensa – algo que se ajusta à sua missão de estancar a constante sangria de dados confidenciais sobre o seu próprio governo.