Um estudo realizado pela Universidade Politécnica de Marche, em Itália, mostrou que as consequências da privação do sono, como o cansaço, irritação e apetite exagerado, são causadas porque o cérebro se 'come' a si mesmo.
Os investigadores analisaram o cérebro de ratos de laboratório. De acordo com a publicação na revista Journal of Neuroscience, os ratos foram divididos em quatro grupos: um com sono regular, um com acordar espontâneo, um com privação de sono e um com privação crónica de sono.
Foram medidas as sinapses e o processo celular no córtex frontal, onde analisaram os astrócitos (tipo de células cerebrais), mostrando que o cérebro quando não descansa se torna ‘canibal’. Isto é, quanto menos horas dormir, existe maior tendência para as células cerebrais serem ‘engolidas’ pelas sinapses (zonas do cérebro onde se localizam as terminações nervosas e outros neurónios).
O médico italiano, Michele Bellesi, um dos autores do estudo, afirmou ao New Scientist que mostraram “pela primeira vez que parte das sinapses estão literalmente a comer os astrócitos por causa da falta de sono”.
No entanto, o estudo diz que esta consequência não é muito dolorosa para o cérebro, até porque pode ser entendida como um mecanismo de limpeza das células mais ‘velhas’ do cérebro.