Segundo um estudo Intrum Justitia, entre 29 países europeus, Portugal é, depois da Grécia, o segundo país com maiores atrasos no setor público. Os gregos demoram 103 dias a pagar e portugueses, a par dos italianos, 95 dias.
Do lado oposto da tabela estão Reino Unido, Estónia ou Finlândia, países nos quais a média de pagamentos no setor público se situa nos 22 dias.
O 'Relatório Europeu de Pagamentos 2017' da consultora revela também que Portugal está no topo da lista dos países dos países em risco elevado de não virem a pagar as suas faturas.
Mais de metade (58%) dos inquiridos no estudo aponta que o impedimento do crescimento das empresas é a consequência mais grave dos atrasos nos pagamentos.
O documento revela também que mais de três quartos (76%) das empresas em Portugal aceitaram prazos de pagamentos mais longos do que consideram razoável. A média europeia é de 58%.
A grande maioria (82%) dos inquiridos portugueses – a média europeia é de 67% – apontam a situação financeira dos devedores como o principal motivo para os atrasos nos pagamentos. Já 62% das empresas que responderam ao inquérito revelam que a principal questão é o atraso intencional no pagamento.
"Apesar de o cenário ser mais confortável nos países do norte, o setor público, um pouco por toda a Europa, tem pressionado as empresas para alargarem os prazos de pagamento, numa situação que se agravou comparativamente com o ano anterior", afirma a consultora, citada pela agência Lusa.
O 'Relatório Europeu de Pagamentos 2017' é baseado numa pesquisa realizada em simultâneo, entre fevereiro e março, em 29 países europeus. Neste relatório a Intrum Justitia reúne dados de 10648 empresas na Europa.
O objetivo é compreender os comportamentos de pagamento e a saúde financeira das empresas na Europa, facultando uma visão geral dos riscos de pagamento e vulnerabilidade dos mercados e das empresas.
A Intrum Justitia é uma consultora europeia de serviços de gestão de crédito e cobranças.