Mais de 9700 postos de trabalho foram criados pelas empresas do retalho e distribuição em pleno ciclo económico negativo, entre 2011 e 2015, ano em que o setor empregava já um total de 110 800 colaboradores, revelam os dados da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), que analisou os principais indicadores de recursos humanos e práticas de gestão.
“Em 2012, a população empregada nestas empresas era de cerca de 86 700 colaboradores. O ano de 2013 assinalou um crescimento importante, com mais 4600 colaboradores, enquanto entre 2014 e 2015 o crescimento foi menos intenso mas igualmente positivo – mais 2900 colaboradores”, revela o documento.
Estes números fazem parte do estudo “As Nossas Pessoas – Um retrato social da Distribuição”, realizado pela associação, que assinala ainda que 72% dos colaboradores dos associados da APED tinham vínculo de efetivo no ano de 2015 e mais de metade se encontra a trabalhar na mesma empresa há pelo menos cinco anos, num setor que emprega mais mulheres (67% dos trabalhadores).
“Estes números contrariam a ideia de que no setor da distribuição há uma grande rotatividade e uma atitude de indiferença face aos seus colaboradores”, diz a associação.
Já em termos de ensino, a grande maioria dos colaboradores (90%) têm pelo menos o terceiro ciclo completo e a percentagem de colaboradores com ensino superior tem vindo a aumentar, atingindo um máximo de 10,3% em 2015.
Investimento na formação De acordo com o documento, o perfil do colaborador do setor tem vindo a alterar-se, tornando-se cada vez mais especializado e com maiores competências técnicas. A aposta na formação tem sido uma das prioridades das empresas de distribuição que, em 2015, investiram 28 milhões de euros em formação profissional, um valor acima da média dos anteriores cinco anos, considerado pela associação “o valor mais elevado dos últimos anos”.
“O investimento do setor da distribuição nos seus colaboradores é uma das prioridades das empresas porque sabemos a sua exata importância para a construção de um setor que acrescente valor ao consumidor”, afirma Ana Isabel Trigo Morais, diretora-geral da APED.
A responsável acrescenta: “Mesmo em tempos de conjuntura económica negativa, sempre tivemos uma responsabilidade natural para com os nossos recursos humanos: quer no que respeita ao emprego e qualidade das condições laborais, quer no que está relacionado com o nível de vida e conjugação da vida pessoal e profissional.”
Prémios Outra aposta das empresas do setor passa por atribuir pacotes de benefícios para os colaboradores e as suas famílias e prémios de produtividade, bem como por inquéritos de avaliação do clima social e organizacional da empresa “para pôr em prática o compromisso na retenção e valorização dos seus colaboradores”.